segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Lusitano filia-se a WBFSH

Puro Sangue Lusitano criado no Brasil atinge o ápice da eqüinocultura mundial e é aceito pela Federação que congrega os criadores das principais raças de cavalos de hipismo do planeta


Depois de cumprir todas as etapas burocráticas, administrativas e, principalmente, esportivas, a ABPSL noticia oficialmente sua filiação à WBFSH ― World Breeding Federation for Sport Horses ―, a Federação Mundial dos Criadores de Cavalos de Esporte.
“Estamos muito satisfeitos por conseguirmos integrar esta prestigiada entidade, referência internacional no desenvolvimento da criação de cavalos atletas. Com certeza, já começaremos 2009 com excelentes perspectivas”, avalia Raul Silva, superintendente da ABPSL.
Além do status e reconhecimento conferidos à criação brasileira de Lusitanos pela aceitação junto à WBFSH, nossos conjuntos ganharão a oportunidade de disputar os fortíssimos Campeonatos Mundiais de Cavalos Novos de 5, 6 e 7 anos organizados pela Federação em território europeu. Todos os PSLs registrados no Brasil, competidores de concursos internacionais, também participarão dos rankings de animais e garanhões formatados pela instituição.
Para aqueles que desejam saber mais um pouco sobre a importância da WBFSH no contexto do hipismo mundial e da eqüinocultura voltada para o esporte de alta performance, o site www.wbfsh.org contém todas as informações relevantes sobre mais esta grande conquista do Puro Sangue Lusitano nacional.

Fonte: Bureau Comunicação

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Vitor Teixeira e Cesar Almeida na final do Mundial em Las Vegas

O cavaleiro olímpico Vítor Alves Teixeira será o representante brasileiro na grande final da Copa do Mundo de Saltos que será disputada em abril, em Las Vegas, nos Estados Unidos.
O ginete garantiu a classificação ao vencer a última classificatória para a competição na tarde da última sexta-feira, 28/11, na Sociedade Hípica Brasileira, na Lagoa. O brasileiro também garantiu o título da Liga Sul-Americana, edição 2008.
Montando Yuri Climber Itapuã, ele foi o mais rápido no desempate da prova com obstáculos a 1,50m, com o tempo de 37s72 e uma falta. O segundo posto ficou para o César Almeida no dorso de Kauana Shalon Pacino, com o tempo de 37s92, também com uma falta. O conjunto Francisco José Musa/Premiére Chantre 6 ficou com a terceira colocação com o tempo de 38s41 e uma falta.
"Estou muito feliz em ter a chance de representar o Brasil nos Estados Unidos. Foram sete seletivas, só participei das etapas brasileiras, já que podia contar com três descartes e tive a sorte de ir bem em todas. Agora pretendo ir para a Europa para traçar um plano de treinamento para o meu cavalo e buscar uma boa colocação nesta grande final", disse Vítor, nove vezes campão brasileiro, categoria sênior top.
Na primeira passagem, os 22 conjuntos inscritos para a prova tinham 69 segundos para saltar os 12 obstáculos do percurso traçado pela course designer Marina Azevedo. Deles, apenas cinco conseguiram não cometer infrações e passar ao desempate. Desta vez, com o tempo concedido de 42 segundos, os conjuntos tentariam saltar sete obstáculos sem cometer faltas, no menor tempo. Devido ao alto grau de dificuldade, nenhum conjunto zerou. Vitor Alves Teixeira foi o mais rápido com apenas uma penalidade.
É interessante lembrar - que como aconteceu nos outros GP's W disputados no Brasil - a dimensão da pista Roberto Marinho da SHB foi reduzida para 70 x 30 m. Ou seja, somente utilizou-se o retângulo formado pela lateral da pista e, como "altura" do mesmo, a distância (30 m) que iniciava-se na "entrada" da pista e terminava antes do Júri de Campo (ou seja, antes do obstáculo "rio").
"Uma prova com essas dimensões exige muito do cavalo e do cavaleiro. Foi uma pista muito difícil, decidida nos detalhes e estou muito satisfeito com o rendimento da minha montaria. Para se ter noção do grau de dificuldade desta prova basta ver que nenhum conjunto conseguiu zerar no desempate", completou.

Fonte: PFDP

Carta Aberta do Pres. da FEERJ, Pedro Valente

PRÊMIO ou CASTIGO ?

Como dirigente do Hipismo, é meu dever esclarecer à comunidade hípica o que
se segue:
Tenho a maior admiração pelos relevantes serviços que o PFDP presta ao nosso
esporte, mas não podemos comemorar, a bem da verdade e pelo bem do
hipismo nacional, a “reversão” no corte de verba da CBH pelo COB.
Não foram revertidos R$ 300.000,00 e sim R$91.500,00. Esclareço: a verba do
hipismo em 2008 era de R$ 1.708.500,00 e passou para R$ 1.800.000,00 em
2009. Os R$ 300.000,00 dos quais se fala correspondem à diferença entre a
verba de 2008 e a estimativa para 2009, que era de R$ 1.500.000,00 ( ridícula!).
E mais: a Lei Piva disponibilizou recursos superiores aos que o COB estimava
para 2009; assim, só para se ter uma idéia, a Confederação de Badminton teve
aumento de 40,5%, a de Esportes na Neve de 110,7%, a de Hóquei na Grama &
Indoor de 40,5%, a de Levantamento de Peso de 40,5%, a de Taekwondo de
75,6%, a de Tiro Esportivo de 40,5% e assim por diante.

A verdade é que atualmente, atrás do Atletismo, Esportes Aquáticos, Ginástica,
Handebol, Judô, Vela & Motor e Vôlei, o Hipismo, esporte de altíssimo
investimento, 3 vezes Campeão do Mundo, Penta Campeão Pan Americano e
campeão Olímpico recentemente, além de ocupar a 7ª posição na divisão de
recursos, pior: ocupa a 24ª posição ( são 28 Confederações olímpicas) no
porcentual de aumento. Efetivamente apenas 5,4%, um dos mais baixos
aumentos para 2009, só perdendo para 3 ou 4 modalidades de menor expressão
ou em franca decadência.

É necessária muita falta de prestígio, falta de gestão política ou acomodação
dos dirigentes em exercício para ter aceito tal situação.
Portanto sugiro ao novo Presidente da CBH, que ainda não tomou posse - a
quem me solidarizei desde a 1ª hora nestas eleições – e que herdou tal
situação, que não a festeje e mesmo tente de algum modo revertê-la, sob pena
de recair injustamente, em futuro próximo, sobre seus ombros a
responsabilidade das conseqüências.

PEDRO VALENTE
Presidente da Federação Eqüestre do Estado do Rio de Janeiro


* Fonte de dados – O GLOBO 4/12/ 2008

"O DOPING É COMO A MÁFIA"

Odiado por muitos atletas e dirigentes, o advogado canadense Richard Pound diz que não sente saudade de seu antigo trabalho - no início do ano deixou a presidência da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês), entidade que ajudou a criar e comandava desde 1999. Mas não se vê fora da briga quando o assunto é o uso de substâncias proibidas.
Pound afirmou, em entrevista ao jornal alemão Der Spiegel, que a disseminação do doping pelo mundo usa estrutura semelhante à da máfia. Deve, por isso, ser combatida da mesma maneira. "O doping é como a máfia. Precisamos da colaboração da polícia e dos promotores. Nossas armas são muito limitadas: nós só podemos testar urinas e sangue. Os investigadores podem ler e-mails, grampear telefones, um arsenal maior do que uma amostra de xixi."
O dirigente também faz um alerta: o doping genético não é ficção. "Já sabemos que existem testes, por isso temos que tratar o assunto seriamente. Uma coisa é certa: quando o doping genético for possível, o uso de esteróides anabolizantes será tão moderno quanto pinturas pré-históricas."
Segundo Pound, "o mundo de quem se dopa é um mundo de doentes". Para corroborar sua tese, contou a história de um cientista da Escola de Medicina da Pensilvânia, nos EUA. "Lee Sweeney conseguiu aumentar em 35% a massa muscular de um rato graças à engenharia genética. Metade dos e-mails que recebe é de atletas dizendo: "Tente isso comigo". Sweeney responde que não sabe como o corpo humano reagiria a tal intervenção. Mas os atletas pedem: "Tudo bem, faça o teste".
Ex-nadador, Pound tem hoje 66 anos. Nos jogos de Roma, em 1960, foi o 6º colocado nos 100m livre - o brasileiro Manoel dos Santos ficou com o bronze.
Membro do Comitê Olímpico Internacional desde 1978, diz que despertou para o doping em 1988, nos Jogos de Seul. "Foi quando, pela primeira vez, estive frente a frente com um atleta acusado de trapacear. Foi meu compatriota Ben Johnson, que tinha acabado de vencer os 100m rasos com um recorde mundial."


fonte: O Estado de São Paulo

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Luiz Roberto Giugni é o novo presidente da CBH


Luiz Roberto Giugni é o novo presidente da Confederação Brasileira de Hipismo. O presidente da
Federação Paulista de Hipismo (2006 e 2007) foi aclamado por unanimidade na Assembléia realizada na
manhã desta segunda-feira, 17/11, na sede da entidade, no Rio de Janeiro. Luiz Roberto tomará posse
no dia 1º de janeiro de 2009 e sua gestão terá duração de quatro anos.
Desde os 10 anos de idade envolvido no meio hípico, o novo presidente comandará o próximo ciclo
olímpico e terá como desafios o Mundial de 2010, o Pan-Americano de 2011 e as Olimpíadas de 2012.
Ao todo, 18 das 20 Federações (faltaram Sergipe e Brasília) compareceram à Assembléia e votação
transcorreu em clima de tranquilidade culminando na eleição unânime e por aclamação de Luiz
Roberto e do novo vice-presidente Guilherme Saraiva, que deixa o cargo de presidente da Federação
Eqüestre do Pernambuco.
“Pela primeira vez, a CBH terá uma gestão com um ciclo olímpico completo e isso é muito importante,
já que as anteriores tinham a duração de apenas dois anos. Ano que vem será de preparação para o
Mundial de Kentucky, que englobará todas as modalidades olímpicas e não olímpicas. Em 2011 tem o
Pan de Guadalajara e em 2012 os Jogos Olímpicos. Teremos muito trabalho pela frente!”, prevê Giugni,
cirurgião dentista, ex-presidente da FPH e diretor do Clube de Campo São Paulo.
“Esta eleição foi marcada pelo consenso e o meu trabalho será de paz entre as federações e cavaleiros.
Vou olhar com atenção para todas as modalidades eqüestres, além de dar continuidade aos trabalhos
feitos pelo Manfredi”, acrescentou o novo presidente.
"Eu e o Guilherme Saraiva nos comprometemos a fazer uma parceria forte para atender a todas as
Federações e a CBH, na medida do possível, sempre estar presente nos principais concursos do país.
Nossa meta é dar suporte a todas as Federações, também priorizando as menos favorecidas",
completou Luiz Roberto.
Maurício Manfredi, atual presidente da CBH, desejou boa sorte ao novo dirigente. “Desejo sorte ao novo
presidente e acredito que ele realizará um belo trabalho. Desde já me coloco à disposição para ajudar
no que for preciso, ele terá o meu apoio irrestrito”, disse Manfredi.


Country Press com a fonte: Presscom Comunicação

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Enduro brasileiro proibido de participar do Mundial

O enduro brasileiro recebeu na tarde desta quinta-feira uma notícia nada agradável para o esporte: a impossibilidade de participação dos conjuntos brasileiros no Campeonato Mundial da Malásia 2008.
Foi com pesar que o Diretor de Enduro Eqüestre da Confederação Brasileira de Hipismo, Olavo Maciel, divulgou a notícia cancelando definitivamente a ida dos brasileiros para Malásia.
Muitas foram às esperanças e expectativas de bons resultados neste Mundial. Grande também era o favoritismo que o Brasil apresentava perante os outros concorrentes, e isso, segundo declarações estrangeiras.
Nunca, o Brasil participou de um Mundial com uma equipe tão completa, tão profissional, tão capaz! Podendo contar, ainda, com conjuntos reserva, também excepcionais.Seria realmente uma participação marcante. Mesmo que o Brasil não garantisse uma medalha sequer, certamente daria muito trabalho aos conjuntos participantes e nas trilhas da tropical Malásia.
Mas foi uma doença chamada Mormo, da Resolução SAA 44, divulgada no dia 08 de Setembro de 2008, que levou o Brasil a passar por todas as dificuldades de transporte dos cavalos brasileiros, uma vez que fica proibida a entrada e saída de animais do país por seis meses.
Todos os esforços foram feitos, todas as possibilidades esgotadas e mesmo a derradeira opção de fazer viagem pela Argentina foi em vão, já que não haveria tempo ideal para isso.
Ficam agora as metas focadas para os Jogos Eqüestres de Kentucky em 2010, nos Estados Unidos. Que o Brasil possa brilhar e mostrar todo o seu potencial em Kentucky no dia 26 de Setembro, já que para este mundial da Malásia ficou com frustação de ser vetado.

Acompanhe as palavras finais de Silvio Cesarino, Técnico da Equipe Brasileira:
O que impossibilitou a ida dos Cavalos Brasileiros para Malásia? Quais foram às dificuldades?

A principal barreira foi o MORMO e a segunda foi a logística, já que União Européia proibiu a passagem de cavalos brasileiros por lá saindo de SP. E só há vôos para cavalos saindo de São Paulo para a UE.

A ida pelos EUA foi cancelada quando vocês tiveram uma confirmação da Europa para passar com os cavalos por lá, correto? Porque a Europa voltou atrás na decisão?

A passagem pelos EUA sacrificaria muito os cavalos, uma vez que eles teriam que ficar 7 dias em quarentena, em Los Angeles, “incomunicáveis” para os peões Brasileiros e em baias minúsculas. A Europa resolveu, então, que se os cavalos saíssem do Rio de Janeiro poderiam passar por lá. Contratamos então um vôo do Rio de Janeiro para São Paulo e de SP para EU. Depois de muita luta, a EU não autorizou este percurso já que o mesmo passava por São Paulo.

Qual a diferença de situação dos cavalos de enduro saírem para ida à Malásia e os cavalos do evento da Athina Onassis?

Oficialmente é que eles fizeram na Hípica Paulista uma quarentena, e neste local não haveria contato físico entre os cavalos Europeus e os Brasileiros, mas em minha opinião o interesse financeiro também foi importante.

Qual sua palavra final da não participação dos brasileiros no Mundial?

Desculpo-me com todos os enduristas. Nossa equipe é realmente muito forte, o que nos causa ainda mais frustração. Mas tenho a consciência tranqüila de que lutamos, juntamente com o Cassiano, Olavo, Henrique e Gerson.A última tentativa foi irmos pela Argentina, mas a FEI (Federação Eqüestre Internacional) nos desencorajou, já que não haveria mais tempo. Enfim, acho que os concorrentes devem estar festejando com esta notícia....

Fonte: Endurance Brasil

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O Cavalo e os Diamantes

Um jovem recebeu do rei a tarefa de levar uma mensagem e alguns diamantes a um outro rei de uma terra distante. Recebeu também o melhor cavalo do reino para levá-lo na jornada.
No dia viagem o soberano ao se despedir disse-lhe:
- Cuida do mais importante e cumprirás a missão!
Assim, o jovem preparou o seu alforje, escondeu a mensagem na bainha da calça e colocou as pedras numa bolsa de couro amarrada à cintura, sob as vestes.
Pela manhã, bem cedo, sumiu no horizonte. E não pensava sequer em falhar.Queria que todo o reino soubesse que era um nobre e valente rapaz, pronto para desposar a princesa. Aliás, esse era o seu sonho e parecia que a princesa correspondia às suas esperanças.
Para cumprir rapidamente sua tarefa, por vezes deixava a estrada e pegava atalhos que sacrificavam sua montaria. Assim, exigia o máximo do animal. Quando parava em uma estalagem, deixava o cavalo ao relento, não lhe aliviava da sela e nem da carga, tampouco se preocupava em dar-lhe de beber ou providenciar alguma ração.
Um dia alguém vendo os maus tratos do animal disse-lhe:
- Assim, meu jovem, acabarás perdendo o animal.
E ele respondeu:
- Não me importo, tenho dinheiro. Se este morrer, compro outro. Nenhuma falta fará.
Com o passar dos dias e sob tamanho esforço, o pobre animal não suportando mais os maus tratos, caiu morto na estrada. O jovem simplesmente o amaldiçoou e seguiu o caminho a pé.
Acontece que nessa parte do país havia poucas fazendas e eram muitodistantes umas das outras. Passadas algumas horas, ele se deu conta dafalta que lhe fazia o animal. Estava exausto e sedento.Já havia deixado pelo caminho toda a tralha, com exceção das pedras, pois lembrava da recomendação do rei:
- Cuide do mais importante!
Seu passo se tornou curto e lento. As paradas, freqüentes e longas. Como sabia que poderia cair a qualquer momento e temendo ser assaltado,escondeu as pedras no salto de sua bota.
Mais tarde, caiu exausto no pé da estrada, onde ficou desacordado.Para sua sorte, uma caravana de mercadores que seguia viagem para o seu reino, o encontrou e cuidou dele.
Ao recobrar os sentidos,encontrou- se de volta em sua cidade.Imediatamente foi ter com o rei para contar o que havia acontecido e com a maior desfaçatez, colocou toda a culpa do insucesso nas costas do cavalo "fraco e doente" que recebera e disse:
- Porém, majestade, conforme me recomendaste, "cuidar do maisimportante", aqui estão as pedras que me confiaste. Devolvo-as a ti, não perdi uma sequer.
O rei as recebeu de suas mãos com tristeza e o despediu, mostrando completa frieza diante de seus argumentos.
Abatido, o jovem deixou o palácio arrasado. Em casa, ao tirar a roupa suja, encontrou na bainha da calça a mensagem do rei, que dizia:
"Ao meu irmão, rei da terra do Norte. O jovem que te envio é candidato acasar com minha filha. Esta jornada é uma prova. Dei a ele alguns diamantes e um bom cavalo. Recomendei que cuidasse do mais importante. Faz-me, portanto, este grande favor e verifique o estado do cavalo. Se o animal estiver forte e viçoso, saberei que o jovem aprecia a fidelidade e força de quem o auxilia na jornada. Se porém, perder o animal e apenas guardar as pedras,não será um bom marido nem rei, pois terá olhos apenas para o tesouro do reino e não dará importância à rainha nem àqueles que o servem".

"Autor desconhecido"

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Carta Aberta de Pedro Valente a José Ribeiro de Mendonça

CARTA ABERTA DE PEDRO VALENTE A JOSÉ MENDONÇA

Rio, 8 de outubro de 2008

Prezado José Mendonça,

Tomo a liberdade de lhe escrever por dois motivos: primeiro, pelas inúmeras gentilezas e a
hospitalidade que sempre mereci de sua parte nas oportunidades em que visitei suas
extraordinárias instalações e nos concursos de que participei ao longo desses anos no seu
consagrado “Agromen”; segundo, pelos seus relevantes serviços prestados ao hipismo
nacional como incentivador, titular de haras, criador, pai de cavaleiro, patrocinador e
organizador de um dos mais importantes eventos do nosso esporte em todos os tempos.
Quero neste momento difícil, que só sabem avaliar aqueles que já realizaram e tem tradição na
trabalhosa empreitada de organizar concursos, me solidarizar com o amigo, em meu nome
pessoal e no da Federação Eqüestre do Estado do Rio de Janeiro.
Numa época em que muitos já perderam a capacidade de se indignar com as discriminações e
injustiças, atitudes como a sua, traduzidas em sua carta encaminhada ao “Por Fora das Pistas”,
de minha parte, pelo menos, só merecem respeito e elogios.
A única coisa pior do que cometer uma injustiça (às vezes podemos cometê-la por ignorância
ou violenta emoção), é aceitar uma injustiça (que só se aceita por conformismo ou covardia),
qualquer que seja o motivo. Por isto estou me solidarizando com você. Não obstante, lhe faço
um apelo: reveja a sua posição. Continue com seu fabuloso concurso. No próximo mês haverá
eleição na CBH. Tenho esperança de que desta vez elegeremos um presidente com bagagem,
que cumpra o compromisso de desenvolvimento do hipismo também dentro de nossas
fronteiras e não tão somente com nossas indispensáveis e valorosas representações no exterior
e que esta página do nosso esporte (a vergonhosa participação nestas Olimpíadas, o que está
acontecendo agora com o seu evento e também por conseqüência com o Campeonato
Brasileiro Sênior em Juiz de Fora) seja apagada.
Seria uma perda muito grande para o hipismo brasileiro que mais este “atropelamento” do
atual presidente da CBH, como você bem ressaltou, causasse tamanho dano para todos nós.

Abraço,

Pedro Valente

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Agromen adiado em virtude do Athina Onassis

O CSN Agromen é realizado anualmente, desde 1987, sempre respeitando o Calendário e as datas dos demais Concursos.
Nosso Concurso tradicionalmente é realizado na Semana da Criança, que ocorre próximo ao dia 12 de Outubro.
Em 2007, nos solicitaram a cessão desta data para a realização, em 2008, de um CSI na cidade de São Paulo. A alegação era fundamentada no fato de que não existia no Calendário da FEI outra data disponível para a realização do mesmo.
Gentilmente cedemos, e marcamos o nosso Concurso 2008 para a semana seguinte, ou seja de 15 a 19 de Outubro.
Poucos dias atrás, depois de muitas melhorias (novas cocheiras,acréscimo de novos sanitários-inclusive com chuveiros, igreja, sete novas arquibancadas cobertas, bar e lanchonete novos) e todo um ano de trabalho para organizar o CSN Agromen, fomos informados que este concurso, o mesmo que havíamos cedido nossa data tradicional, remarcara uma nova data, exatamente, no mesmo período do Concurso Agromen.
É muito difícil entender como a FEI, que anteriormente recusara esta data, agora subitamente passa a aceitá-la, literalmente atropelando nosso Concurso.
Diante do exposto, pensando nos Convidados, Ginetes, Amazonas e seus Familiares, e também por inúmeros compromissos assumidos com Patrocinadores, Selarias e Prestadores de Serviços ; COMUNICAMOS que:

O CSN AGROMEN será prorrogado para os dias 22 a 26 de Outubro, incluindo a Boate.
O LEILÃO AGROMEN será realizado na sexta feira, dia 24 de Outubro, às 20 horas.
Sensibilizados agradecemos todos aqueles que nos prestigiaram com suas inscrições e presença no Centro Hípico Agromen. Lembramos que as inscrições serão prorrogadas para o dia 17/10/08 , e aquelas já realizadas serão automaticamente prorrogadas.
Aproveitamos a oportunidade para também COMUNICAR aos amigos que nos prestigiaram durante todos esses dezoito anos, que diante deste atropelamento com a conivência da Confederação Brasileira de Hipismo , que este será o ÚLTIMO CONCURSO AGROMEN que realizaremos.

Muito obrigado a todos.

Orlândia, 08 de Outubro de 2008.

Centro Hípico Agromen

José Ribeiro de Mendonça
Presidente

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Carta aberta do Presidente da ABCCH

"MOVIMENTO DE MORALIZAÇÃO DO ESPORTE"


Como Presidente da Associação Brasileira de Criadores do Cavalo de Hipismo (ABCCH) e organizador do Campeonato Brasileiro Cavalos Novos 2008, venho a público esclarecer alguns pontos, que no nosso entendimento carecem ser detalhados, nas várias correspondências sobre o tema, enviadas e veiculadas por esse órgão digno de nosso respeito, o PFDP, além de aproveitar a oportunidade e deixar nossas sugestões no sentido de colaborar efetivamente com o

"Movimento de Moralização do Esporte" .

1-Embora entidade organizadora do Campeonato Brasileiro de Cavalos Novos, a ABCCH segue regras e diretrizes da Confederação Brasileira de Hipismo, incluindo-se aí a forma de classificação dos cavalos das categorias 4 e 5 anos, ou seja, através de julgamento subjetivo.

2-Não temos autonomia para eliminar ou desqualificar quaisquer conjuntos do Campeonato, seja por maus tratos aos animais, ou por qualquer outra questão, nem tão pouco cancelar o Campeonato. Vale dizer, que para isso e para outras questões pertinentes, é designado um Delegado Técnico pela CBH, órgão normatizador de nosso esporte. Além disso, regra é clara quando habilita qualquer concorrente ou demais pessoas envolvidas de alguma forma no evento, ou seja, proprietários, tratadores, espectadores, podem denunciar de forma responsável e documental, qualquer abuso ou outra prática não regulamentar, constituindo-se em ferramenta única e valiosa aos oficiais de concurso que queiram punir a conduta que não siga estritamente as regras criadas pela CBH.

3- Pessoalmente, há anos sou contra o formato de julgamento subjetivo, pois acredito que o mesmo fomenta o abuso contra os animais de 4 e 5 anos. Quando assumi a Presidência da ABCCH em fevereiro de 2008, uma de minhas primeiras ações, foi no sentido de reunirmo-nos com a Diretoria de Cavalos Novos da CBH e sugerir modificações no formato do regulamento de todas as categorias do Campeonato de Cavalos Novos, mas por razões que não nos cabe julgar, não obtivemos sucesso. De qualquer forma conseguimos alterar alguns pontos que acabou por melhorar o julgamento de forma muito discreta. Abaixo salientamos algumas dessas ações:

 Melhor distribuição da premiação para as diversas categorias, concentrando uma fração maior às categorias de 6 e 7 anos.
 Não divulgar as notas do primeiro dia de julgamento das categorias 4 e 5 anos, uma vez que as mesmas não influenciam na contagem geral do Campeonato.
 Regulamentar o uso de protetores nos posteriores dos animais das categorias 4 e 5 anos, inclusive colocando a disposição dos concorrentes material dentro dos padrão estipulado. Convocamos um quadro de juizes inédito onde pudemos contar com a experiência de juízes estrangeiros, que foi treinado e orientado quanto à forma de julgamento, de modo que fossem premiados os melhores cavalos e punidos aqueles que apresentassem claros indícios de artificialidade na forma de saltar.
 Isolamento total dos juizes durante o exercício de suas atividades.

A ABCCH, como entidade que congrega os criadores do cavalo BH, tem todo o interesse em que esses cavalos tenham a sua vida esportiva permeada de grande sucesso, não só enquanto sejam considerados Cavalos Novos, mas também quando parte deles rompe essa barreira e atinge o nível dos Grandes Prêmios, pois no nosso entendimento todo o esforço de utilização das melhores linhagens, das melhores técnicas de criação, se perde quando o produto obtido é preparado e apresentado por profissionais que não respeitam esses fatos e apenas visualizam, de alguma forma, o sucesso pessoal, não importando para isso que meios sejam utilizados.
Para concluirmos lanço aqui uma proposta para a renovação do atual processo de formação e julgamento de Cavalos Novos:

 Estudo da substituição do formato de julgamento subjetivo para cavalos das categorias 4 e 5 anos por método objetivo.
A ABCCH, através de seu corpo técnico, encontra-se à disposição para colaborar com a regulamentação de um novo formato de julgamento do Campeonato Brasileiro de Cavalos Novos, esperando que essa atitude seja a primeira no sentido de eliminar de nosso esporte, em todos os níveis, práticas que não respeitem a integridade da razão de nossa paixão pelos esportes eqüestres, o "CAVALO".

Antonio Celso Fortino
Presidente da ABCCH

Carta aberta à comunidade hípica - Resposta da CBH

Carta aberta a Comunidade Hipica.

A Caco, Cecilia e todos que adoram cavalos.

Assim como vocês sou contra as barbáries que fazem com esses animais no intuito de fazer com que saltem mais.
Acredito ser importante esse grito de alerta e espero que isso se traduza em atitudes praticas.
Não gostaria de que fosse imputada injusta culpa a entidade que presido nem mesmo a de omissa.
Gostaria de ressaltar que essa admistração da CBH conseguiu verbas extras sem tocar nas verbas normais da CBH para
adquirir uma maquina de antidopagem que será dada em regime de comodato ao Jockey Club de São Paulo. Maquina
essa que se não nos colocara no mesmo nível do Jockey Club de Hong Kong (onde foram investidos R$ 7.000.000 de
dólares antes dos jogos olímpicos), mas nos colocará muito perto, e em paridade com os outros Laboratórios de
Referencia da Federação Equestre Internacional. Teremos capacidade de testar e pesquisar pelas mesmas substancias que
foram pesquisadas em Hong Kong. Esperamos que essa maquina esteja em atividade já em 2009.
Gostaria de lembrar também o único episodio onde um caso de Barração passou da retórica a ação e uma denuncia com
testemunhas foi levado a julgamento pela CBH.
A Confederação não esperou, nem que o caso fosse a tribunal de justiça desportiva e usando de suas prerrogativas,
convocou a comissão da modalidade composta por : Presidente da instituição , Diretor Técnico e Diretor de modalidade ,
e tomou a atitude de retirar do concurso e suspender um cavaleiro e quem o auxiliava.
Para corroborar mais a tese de que essa entidade não é omissa, o cavaleiro supracitado
montava cavalos de minha propriedade, ( embora não o cavalo em questão) e fazia parte da direção da Confederação
Brasileira de Hipismo.
Na época a atitude corajosa do Sr. Fabio Bonzon é que propiciou que medidas fossem tomadas.
Infelizmente foi uma atitude isolada e que mesmo com toda acolhida por parte da CBH não foi repetida.
Sem duvida o grito do Sr. Caco é importante mais é a atitude do Sr. Fabio é que é a necessária e que produz efeitos
práticos.
Atitude essa que deveria ser repetida por membros de juri , delegados tecnicos, veterinarios de concurso e
principalmente comissarios sem falar em proprietarios cavaleiros, tratadores e pais de cavaleiros. E ainda por que nao
por Presidentes e Diretores de Clubes e de Federaçøes Estaduais ou ate mesmo por quem simplesmente
adora cavalos . E principalmente nao so em locis de concurso, mas , sobretudo, no trabalho do dia a dia de
clubes ,centros hipicos, Maneges e Haras
Espero sinceramente que cartas e principalmente atitudes nos ajudem a mudar o Hipismo para melhor.

Maurício Manfred
Presidente da Confederação Brasileira de Hipismo

Carta de Caco Johannpeter à comunidade hípica

O vexame e a tristeza



Estamos assistindo no campeonato brasileiro de cavalos novos uma série de abusos,
especialmente aos cavalos de 4 anos que são um vexame!
Muitos dos cavalos que se apresentam nessa categoria, mostram um salto artificial e
vê‐se claramente que estão barrados . É lamentável que proprietários , cavaleiros e dirigentes
e juízes convivam e aceitem uma situação como essa.
O pior é que vemos cavaleiros e haras de renome com essa prática, que deixou de ser
uma coisa errada que alguns faziam escondidos, para tornar‐se uma prática de muitos.
E que a garotada , que pode achar este texto irrelevante , esteja apreendendo
estas barbaridades ao invés de dedicar‐se a arte da equitação e ao amor aos cavalos .
Me surpreende que esses cavaleiros e proprietários acreditem que terão melhores
pontuações com os juízes através destes artifícios . Um cavalo que não salta com naturalidade
é percebido com muita obviedade, e achar que os juízes não vão notar que os cavalos estão
barrados é ofender a inteligência dos juízes ( e do publico ) . Em minha opinião, cavalos
artificializados devem ter forte penalização na notas dos juízes.
O afã de ganhar a qualquer custo, tem sido uma das grandes barreiras para o hipismo
brasileiro, impedindo a construção de cavalos importantes. Ao invés de permitir que o cavalo
tenha infância e adolescência, estamos vendo a prática de gente que quer performance de
cavalos maduros em potros, que certamente chegarão aos 7 ou 8 anos no final de sua carreia ,
quando deveriam estar iniciando o estágio mais avançado de seu desenvolvimento, e isto
realmente é um vexame e depõe contra o hipismo brasileiro como um todo e nossos valores.
A tristeza é advinda do fato de haver uma grande tolerância com essas práticas
criminosas e também o fato que estarmos educando mal não só nossos jovens animais, como
também nossos jovens cavaleiros. Creio que devemos exigir uma forte desaprovação por
parte da comunidade hípica na pessoa dos cavaleiros, proprietários e dirigentes que acreditam
que essa prática é inaceitável !
Precisamos nos ater a fundamentos saudáveis . Sem isto não deixaremos uma vocação
de terceiro mundo que estas praticas representam e atingir o pleno potencial do
hipismo brasileiro .
Por um hipismo mais saudável !


Carlos Gerdau Johannpeter

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Marcos Fernandes Conquista Segundo Bronze



O quinto e último dia, 11/9, dos eventos eqüestres nos Jogos Paraolimpícos em que foram disputadas as medalhas freestyle - estilo livre nos graus Ia, Ib and III - foi de muita emoção e alegria no Centro Eqüestre de Shatin em Hong Kong. Mas a comoção não foi somente dos atletas, mas também dos treinadores, tratadores, fisioterapeutas, famílias, juizes, stewarts e voluntários como também dos convidados e público, estimado em nada menos que 30 mil pessoas desde a abertura do evento em 7/9.
Para o Brasil o resultado foi fantástico. Dois dias após ganhar a sua primeira medalha Paraolímpica, o cavaleiro sensação do Brasil Marcos Fernandes, mais conhecido como Joca, levou o país novamente ao pódio nos Jogos Paraolímpicos de 2008. Joca garantiu a sua segunda medalha de bronze no Adestramento Paraequestre, desta vez na prova individual Freestyle no grau Ib. O brasileiro também havia conquistado o bronze individual na categoria Ib em 9/9.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

MORMO - Resolução SAA- 44 - 8/09/2008

Agricultura e Abastecimento
GABINETE DO SECRETÁRIO
Resolução SAA - 44, de 8-9-2008.

Considera o Mormo (burkholderia mallei), doença dos eqüídeos, de peculiar interesse do Estado e dá providências correlatasO Secretário de Agricultura e Abastecimento, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelos arts. 4°, § 2°, 52 e 70 do Decreto n° 45.781, de 27 de abril de 2001, que regulamenta a Lei n° 10.670, de 24 de outubro de 2000, que dispõe sobre a adoção de medidas de defesa sanitária animal no âmbito do Estado de São Paulo e dá outras providências correlatas, e considerando a ocorrência de Mormo no Estado de São Paulo;considerando a Instrução Normativa n° 24, de 5 de abril de 2004, da Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que aprova as normas para o controle e a erradicação do Mormo no país;considerando a necessidade de proteção do rebanho eqüídeo paulista mediante adoção de medidas de defesa sanitária animal no Estado, resolve
:Artigo 1° - O Mormo (burkholderia mallei), doença dos eqüídeos, passa a ser considerando de peculiar interesse do Estado, para fins de fiscalização e de defesa sanitária animal.
Artigo 2° - Todos os eqüídeos egressos do Estado de São Paulo, para trânsito intra e interestadual, independentemente do destino e da finalidade, deverão estar acompanhados da Guia de Trânsito Animal (GTA) e demais documentos zoossanitários e fiscais pertinentes, cabendo ao responsável pelo transporte apresentá-los à fiscalização, quando exigida.
§ 1° - A GTA mencionada neste artigo deverá ser requerida pelo interessado com antecedência de 24 (vinte e quatro) horas e somente será emitida mediante a apresentação de resultado de exame negativo de Mormo e com atestado veterinário de ausência de sinais clínicos da doença, além dos demais documentos zoossanitários e fiscais exigidos pela legislação sanitária animal vigente, que deverão acompanhar o trânsito do animal.
§ 2° - O médico veterinário habilitado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para fins de emissão de GTA de eqüídeos deverá observar o procedimento estabelecido neste artigo.
§ 3° - As exigências deste artigo, no que couber, aplicar-se-ão aos eqüídeos oriundos de Estado reconhecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com a ocorrência de Mormo.
Artigo 3° - O controle, nos casos de suspeita ou de ocorrência de Mormo, consiste:
I - na interdição da propriedade ou local em que se encontre o eqüídeo suspeito ou portador da doença, mediante resultado laboratorial positivo do Mormo e, quando necessário, das propriedades ou locais circunvizinhos e dos que tiverem algum envolvimento epidemiológico, lavrando-se o respectivo auto de interdição;
II - no preenchimento do “Formulário Informativo de Ocorrência de Doenças Infecciosas - Inicial” (FORM-IN) - ou de outro que venha ser adotado -, após confirmação da suspeita ou do resultado positivo e a respectiva abertura de processo administrativo de controle da doença, em nome do proprietário, no Escritório de Defesa Agropecuária da circunscrição correspondente;
III - no sacrifício sanitário do animal cujo exame apontou resultado positivo para o Mormo;
IV - na colheita de material, por médico veterinário do serviço oficial, de todo efetivo eqüídeo existente no foco e perifoco, para exame laboratorial, a ser efetuado em laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, devendo ser repetido o procedimento descrito no inciso II e III deste artigo caso seja detectado outro animal positivo.
§ 1° - Caso não seja detectado outro animal com Mormo no teste mencionado no inciso IV deste artigo, deverá ser feita nova colheita de material, após, no mínimo, 45 (quarenta e cinco) dias do sacrifício do animal positivo, devendo ser repetidoo procedimento descrito no inciso II e III deste artigo, caso seja detectado outro animal positivo;
§ 2° - A propriedade ou local em que foi encontrado o foco de Mormo somente será desinterditada com a lavratura do respectivo auto de desinterdição, após o sacrifício do último animal portador da doença e da realização de 2 (dois) exames laboratoriais negativos consecutivos, com intervalo de 45 (quarenta e cinco) entre os exames com resultados negativos, ocasião em que deverá ser preenchido o “Formulário Complementar” (FORM-COM) - ou de outro que venha ser adotado -, e encerrado o processo administrativo referido no inciso II deste artigo.
§ 3° - Os exames laboratoriais mencionados no § 2° deste artigo, considerados de interesse público, serão realizados de forma compulsória e sem ônus para o proprietário.
Artigo 4° - São passíveis de apreensão e sacrifício sanitário, os animais cujo exame apontou resultado positivo para o Mormo, devendo ser observado o prazo máximo de 10 (dez) dias, após a notificação do diagnóstico da doença, para adoção destas medidas.Parágrafo único - Os animais sacrificados deverão ser incinerados ou enterrados onde se encontrem ou no local adequado mais próximo, procedendo-se, em seguida, a desinfecção das instalações e materiais, sob supervisão do serviço oficial, devendo o proprietário dos animais fornecer pessoal para todo o trabalho de adoção de tais medidas de defesa sanitária animal.
Artigo 5° - Não caberá indenização na hipótese de sacrifício sanitário de eqüídeos portadores de Mormo, por se tratar de doença de interesse de saúde pública, considerada incurável e letal.
Artigo 6° - A participação de eqüídeos em eventos de concentração animal somente será autorizada mediante a apresentação de resultado de exame negativo de Mormo e atestado veterinário de ausência de sinais clínicos da doença, além dos demais documentos zoossanitários e fiscais estabelecidos na legislação vigente.Parágrafo único - A validade do resultado do exame mencionado neste artigo será de 60 (sessenta) dias.
Artigo 7° - Os exames laboratoriais para diagnóstico de Mormo deverão ser realizados em laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, devendo a sua solicitação ser efetuada em conformidade com o estabelecido na legislação federal em vigor.
§ 1° - Os exames realizados para diagnóstico da doença serão custeados pelo proprietário do animal, excetuando-se aqueles realizados para fins de vigilância sanitária ou de interesse da Coordenadoria de Defesa Agropecuária.
§ 2° - A colheita de material destinado ao diagnóstico laboratorial de Mormo deverá ser realizada por médico veterinário habilitado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para fins de emissão de GTA para eqüídeos.
Artigo 8° - A Coordenadoria de Defesa Agropecuária poderá baixar normas complementares para o estabelecimento de critérios técnicos e administrativos que se fizerem necessários para a execução da interdição de áreas, sacrifício sanitário, trânsito de animais, suspensão de atividades e demais medidas de controle zoossanitário previstas no Decreto n° 45.781, de 27 de abril de 2001.
Artigo 9° - Esta resolução entra em vigor na data da sua publicação.Os exames de FC para diagnóstico de Mormo são realizados por dois Laboratórios Credenciados pelo MAPA (endereços abaixo) e a colheita e envio de material para exame só pode ser feito por Médicos Veterinários Habilitados pelo MAPA.
Laboratório de Análises Clínicas Veterinárias - PADDOCKRua Pero Leão nº 149 - Butantã - São Paulo/SPCEP 05423-060Tel.: 11 3031-5543 e Fax: 11 3031-2218Laboratório EQUALLI - Hospital Veterinário Laguna e PiottoRua Bento Frias nº 248 - Cidade JardimSão Paulo/SP, CEP 05423-050Tel.: 11 7885-2327 e 11 9463-8340

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Bronze no Hipismo Paraequestre


O Brasil subiu no pódio no hipismo nas Paraolimpíadas 2008. O cavaleiro brasiliense Marcos Fernandes, o Joca, ganhou a medalha de bronze na disputa individual no Adestramento Paraeqüestre - grau Ib, no complexo eqüestre Shatin no Jockey Club de Hong Kong, que também foi sede das modalidades hípicas na Olimpíada.
Formando conjunto com Lutheney, o brasileiro garantiu a terceira melhor nota, com a média de 67.714%. O campeão foi o conjunto da Grã Bretanha Lee Pearson / Gentlemen, 73.278%. Completando o pódio, a medalha de prata ficou com a Noruega, representada por Jens Dokkan / Lacour, 68.857%.

O cavaleiro brasileiro Davi Salazaar e Neho terminaram na 14ª colocação com a média de 56. 952%, na categoria Ib. No grau Ia, o brasileiro Sérgio Froés e Neho ficaram em 8º lugar, 60.900%. A vencedora foi Anne Dunham / Teddy, da Grã Bretanha, 73.100%.


Joca foi o único representante brasileiro no hipismo nas Paraolimpíadas de Atenas 2004. A montaria Lutheney foi presente do medalhista olímpico de bronze por equipe em Atlanta 96 e Sydney 2000, Doda Miranda. Somente ele disputou as Paraolimpíadas de 2008 com o seu próprio animal, o restante da delegação brasileira competiu com montarias alugadas.
“É uma satisfação muito grande representar o Brasil pela segunda vez em um evento tão importante como este. A experiência em Atenas foi muito boa, cheguei em Hong Kong com mais bagagem. Estou muito feliz por ter conseguido esta medalha”, comemorou Joca.


Joca era cavaleiro profissional que retornou ao esportes eqüestres depois de uma queda de um cavalo em 1986 que o deixou paraplégico. Na coletiva de imprensa em Hongkong, o brasiliense - que continuou ganhando a vida ensinando jovens talentos no salto - expressou sua gratidão ao Comitê Paraolimpico Brasileiro e CBH pelo apoio e envio de um primeira equipe brasileira completa aos Jogos Paraolímpicos. E, é claro, é motivo de orgulho para toda a comunidade hípica brasileira e companheiros no esporte.
"É com orgulho e alegria que recebi o resultado do Joca ,parceiro de tantas equipes e competições juntos na ocasião em que viemos de Brasília e competimos pela equipe Cepel, por intermédio do dr. Marcos Valle Mendes. O Joca participou de todos os principais concursos do Brasil e Sulamericanos e mesmo depois de um acidente de percurso seguiu no esporte emprestando sua sabedoria eqüestre, experiência e o mais importante: um exemplo como atleta e cidadão", declarou, emocionado, o cavaleiro olímpico Vitor Teixeira.
Essa foi a primeira medalha para o Brasil e a América do Sul nos esportes paraqüestres na Paraolimpíada. O cavaleiro Sérgio Froés compete no grau Ia, Marcos Fernandes e Davi Salazaar estão no grau Ib e a amazona Elisa Melaranci no grau II. O esporte hípico Paraeqüestre iniciou-se no Brasil em 2004, ano em que Joca representou o Brasil nas Paraolimpíadas de Atenas.
A competição acontece em cinco graus: Ia, Ib, II, III e IV e os atletas participam do nível de acordo com sua classificação física, definida em uma avaliação com um fisioterapeuta ou médico credenciados pela CBH e FEI. No grau Ib a reprise é executada ao passo e ao trote, no grau II a passo e trote, porém com um nível maior de dificuldade. No Grau III a passo, trote e galope e grau IV a passo, trote e galope em movimentos mais elaborados.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Rodrigo Pessoa Suspenso

A FEI acaba de confirmar que o resultado da amostra B de Rufus deu o mesmo resultado da amostra A, ou seja, positivo para nonivamida. Como consequência a FEI suspendeu temporariamente Rodrigo Pessoa até que saia a sanção definitiva.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Polêmica Olímpica

A presidenta da FEI, Princesa Haya, declarou que o futuro dos esportes equestres em Olimpíadas é incerto.
Numa recente entrevista à revista Horse & Hound, a Princesa Haya, que também preside o Comitê Olímpico Internacional, comunicou que, apesar da indiscutível e brilhante organização em Hong Kong e da grande qualidade dos conjuntos que lá se apresentaram, não existem garantias de que a modalidade possa continuar a fazer parte dos Jogos Olímpicos, inclusive os de 2012.
O COI apontou como principal preocupação a modalidade de Dressage. "A popularidade deste esporte é muito abaixo da média, sem contar as reclamações relativas às decisões do júri, e até sobre a formação do mesmo e a constituição dos comitês. Quem pensa que a participação dos esportes equestres em Londres é certa está enganado", declarou.
O Comitê tem também preocupações legítimas em relação ao CCE e sobre a maneira como o Comitê do Dressage está funcionando.
"Isto poderá também significar o fim do Salto de Obstáculos como esporte olímpico, pois seria improvável restar somente esta modalidade como representante dos esportes equestres nos Jogos"." Dizer graças a Deus que ninguém morreu no CCE é tapar o sol com a peneira".
A FEI apóia Greenwich como local ideal para as modalidades equestres em 2012, mas a Inglaterra não partilha desta opinião. "Esta discórdia é triste", disse a princesa.

Comentário Especial


Esse negócio de pomadas para cavalo é um problema. Os cavaleiros todos conhecem a formulação, ou, pelo menos, os veterinários devem conhecer, então, para mim, não deveriam ter usado. Mas, por outro lado, se é para aliviar a dor nos equus, deveria ser permitido, afinal, nenhum cavalo é masoquista, nenhum cavalo, também, gosta de sentir dor, como nenhum ser humano gosta.

De qualquer maneira, o Rodrigo Pessoa continua fantástico durante os percursos. Mede distâncias como ninguém, e está usando as MEIAS-PARADAS da equitação alemã, na zona de salto, de forma perfeita; essa ajuda de reunião (rassembler) é de uma sutileza imperceptível, para quem não a conhece, e é totalmente diferente das chamadas meias paradas da equitação militar, que eu chamo de"meia pernada, meia bundada e meia puxada nos dentes do cavalo". Faço questão de frisar isso, porque após 30 anos montando na equitação originária da École de Cavalerie et de L´Arme Blindée, a conhecida Escola de Saumur(meu Pai foi oficial general de cavalaria), decidi aprender as ajudas alemãs, que são compostas de sutilezas de assento, ritmo, apoio, impulsão, endireitamento e reunião.Muito mais fáceis de praticar e de melhor resultado para o dressage dos cavalos de salto, de CCE. ou de adestramento nas provas restritas.


João Montarroyos

Mestre da Equitação Alemã
Diretor do Manege Montarroyos - RJ

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Rufus Pego No Antidoping

Agora foi a vez de Rufus ser pego no exame antidoping das Olimpíadas de Pequim 2008.
A amostra que chegou no laboratório no dia 23 de agosto apontou substância proibida chamada "nonivamida", um analgésico que produz o mesmo efeito da capsaicina. Segundo a FEI a contra-análise será feita amanhã, dia 2 de setembro de 2008.
Vamos aguardar.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Contra-prova confirma doping de cavalos em Pequim

Uma segunda série de análises de sangue retirado dos cavalos Chupa Chup, Lantinus, Cöster, Camirus e suspensos durante as provas de saltos em Hong Kong durante os Jogos Olímpicos, confirmaram esta quarta-feira, o resultado positivo divulgado anteriormente. As contra-análises antidoping, vão provavelmente obrigar a Noruega a devolver a medalha de bronze por equipas. A Suíça, que terminou em quarto lugar a prova por equipes, pode ficar com a medalha de bronze caso a Noruega seja eliminada."Provas e declarações por escrito foram requisitadas a Bernardo Alves (Bra), Christian Ahlmann (Ger), Dennis Lynch (Irl) e Tony Hansen (Nor), e uma equipe de três membros da Federação Equestre Internacional foi nomeada", afirmou a FEI. "Esta equipe irá analisar todas as provas reunidas e tomar a decisão sobre a sanção aplicável, se necessário."A FEI também revelou um quinto resultado positivo, durante os Jogos de Pequim-2008, envolvendo a amazona norte-americana Courtney King na disciplina de Dressage. Mythilus, montada de Courtney King, teve resultado positivo no teste para a substância proibida Felbinac, um anti-inflamatório e analgésico. A amazona foi notificada sobre o resultado e a sua suspensão dos Jogos Olímpicos em 22 de Agosto, três dias após terminar as provas de adestramento e de ter se classificado em 13º lugar. A FEI confirmou que aguardou pela contra-analise para publicar o resultado. Os vereditos finais sobre os casos de doping nesta Olimpíada, serão revelados daqui a 30 dias, após as audiências que se realizam, entre 5 e 7 de Setembro próximo.



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sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Salto - Final - segunda parte




Camila Mazza, atual campeã brasileira, mostrou sua conhecida frieza e técnica tirando de Bonito Z o máximo que ele poderia lhe oferecer. Nas eliminatórias individuais ela ficou em 38º lugar e ficou fora das finais. Bernardo Alves, excelente cavaleiro, também explorou ao máximo Chupa Chup II e ficou a 27ª colocação. Rodrigo, o melhor do Mundo, fez o impossível com Rufus e conseguiu a 7ª colocação.
Infelizmente, o cavalo do Bernardo foi flagrado no anti-doping com uma substância proibida que compõe o Gel Equi block. Com ele também foram eliminados Christian Ahlmann, Denis Lynch e Tony Andre Hansen. Com isso, Camila foi chamada às pressas( cinco horas antes ) para compor as finais.
E a melhor brasileira em uma participação em Olimpíadas mostrou todo o seu talento! Em uma pista dificílima, armada por Leopoldo Palácios, Camila passou a primeira fase limpa e dentro do tempo. Rodrigo, sempre explorando bem a pista, não conseguiu evitar uma falta e foi para a segunda fase com 4 pontos. Na segunda parte, Rodrigo zerou a pista e Camila fez duas faltas nas duas testeiras, com isso ela se despediu da competição com o espetacular 10º lugar.
Rodrigo Pessoa foi para o desempate na disputa pelo bronze e ficou com o terceiro melhor tempo. Não conseguiu a medalha, mas mostrou ao Mundo que é o melhor cavaleiro da atualidade, pois conseguiu tirar de um cavalo limitado e ainda "cru" o que muitos não conseguiram com cavalos excelentes e experientes. Desde o começo das Olimpíadas, Rodrigo procurava explorar bem a pista, achando a melhor distância e galope para que fizesse pista limpa, mesmo que isso custasse pequenos pontos por excesso de tempo. Na fase classificatória ele provocou uma falta no último obstáculo para deixar Rufus "esperto" na fase final, já que ele (Rufus) é um cavalo que respeita muito os obstáculos e o Rodrigo sabia que precisaria dele em uma decisão ao cronômetro. Conseguiu! Mas infelizmente ele ficou com a quinta posição. Simplesmente Rodrigo tirou de Rufus mais do que ele poderia dar!

Salto - Final - primeira parte

Simplesmente surpreendente!
Ninguém acreditava na queda dos alemães, entretanto, depois do primeiro dia, eu comecei a acreditar. Ainda mais com o excelente desempenho dos brasileiros.
O ouro por equipes ficou com os EUA, até aí nenhuma surpresa pois, como eu já havia dito na postagem sobre as Olimpíadas, os EUA eram os favoritos, juntamente com a Alemanha. A surpresa ficou para o segundo lugar do Canada. Embora tenham uma excelente equipe, nem eles imaginavam este posto. Mas a maior surpresa foi o terceiro lugar da Noruega. E o pior, perderam a colocação graças ao doping do cavalo Camiro, de Tony Hansen. Com isso o terceiro lugar foi para a Suiça, também formada por excelentes cavaleiros, entre eles Steve Guerdat.
No individual, depois de muita disputa e algumas surpresas de doping, o ouro foi para o canadense Eric Lamaze. Excelente e experiente cavaleiro, montando Hickstead, fizeram pista limpa em todas as etapas das finais. O sueco Rolf ficou a prata e o bronze foi para Beezie Madden. Mas o maior destaque vai para os brasileiros. Infelizmente Pedro Vennis, montando o melhor cavalo da equipe, se atrapalhou nas eliminatórias por equipes e caiu com cavalo e tudo. Com isso o Brasil ficou fora das finais da Copa Nações. Bernardo Alves, Camilla Mazza e Rodrigo Pessoa tiraram o máximo de seus cavalos e mostraram que o Brasil possui uma das melhores equipes do Mundo.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Adestramento - Final

Apesar da classificação final, os brasileiros fizeram bonito nesta Olimpíada.
Acredito que o 40º lugar da Luiza e do 43º lugar do Leandro não refletiram os seus reais desempenhos. Sabemos da limitação dos cavalos Lusitanos, além do mais, o Oceano do Top não era a montaria oficial do Leandro nas seletivas, e sim o animal Pantanal Filhos do Vento. O Samba, montaria da Luiza, é novo ainda mas tem muito futuro. Acho que depois dessa Olimpíada, nem o Oceano, nem o Nilo voltarão a competir internacionalmente, Talvez o Nilo fique ainda por mais um tempo, mas não terá muito futuro, e o Roger merece um cavalo melhor.
A Luiza, como já digo a um bom tempo, é uma jóia que ainda está sendo lapidada. E a sua reprise foi mais bem executada do que a de muitos dos que ficaram em melhor posição que a dela! Mas enfim, o que importa é que ela fez bonito e ganhou experiência, o que já é um feito histórico para a idade dela!
Na disputa por equipes nada de surpresas. Alemanha em 1º, Holanda em 2º e Dinamarca em 3º.
No individual, para minha surpresa, Anky em 1º, Isabell em 2º e Heike em 3º. Apostava que as duas alemãs ( Isabell e Heike ) ficassem em 1º e 2º, respectivamente.
De um modo geral, gostei muito da participação dos Lusitanos, em especial do Relâmpago do Retiro que terminou em 19º sob a sela da australiana Haylay Baresford, amazona treinada por Isabell Werth, graças a contusão da égua Sunrise, da holandesa Inke Bartels.
Após essa participação brasileira, o Adestramento no Brasil e o cavalo Lusitano nunca mais serão os mesmos, mas isso é assunto para outra postagem...

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Salto - Olimpíadas 2008 - Primeiro dia

Algumas surpresas neste 1º dia de competição e classificação por equipes.
A primeira e inesperada surpresa foi o desempenho dos alemães. Não vou dizer que não torci contra, mas foi realmente fora do comum! A equipe formada por estrelas européias desabou na pista de Sha Tin. Ahlmann e Ludger fizeram dez pontos, Marco e Meredith seis. Com isso, praticamente deram adeus às chances de medalha por equipes, já que começam a disputa com desvantagem na ordem de entrada e sem a oportunidade de traçar estratégia.
O Brasil foi muito bem. Pedro Veniss, o primeiro brasileiro a entrar, fez pista limpa dentro do tempo e com muita tranquilidade. Bernardo Alves, o segundo brasileiro, também fez limpa limpa, dentro do tempo. Camila Mazza, a terceira a entrar, e pela primeira vez em uma Olimpíada, mostrou muita calma e atenção conduzindo seu cavalo Bonito Z com destreza e explorando bem a pista. Infelizmente, no último obstáculo cometeu uma falta na entrada e terminou seu percurso com uma falta por excesso de tempo. O último brasileiro a entrar foi Rodrigo Pessoa. Também com calma, conduziu Rufus explorando a pista, preocupando-se somente com os obstáculos. Fez pista limpa mas levou uma penalidade por excesso de tempo.
Com este resultado o Brasil ficou com a segunda colocação, empatado com o Canada e a Suíça. Em primeiro ficou os EUA que têm uma equipe franca favorita ao ouro, tanto por equipes, quanto no individual.
Acredito plenamente numa medalha por equipes. Os brasileiros estão muito bem orientados pelo sábio Mestre Nelson Pessoa, além do mais, a qualidade deles é indiscutível e a Alemanha caiu!

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Adestramento - Olimpíadas 2008



Às 19:30 (horário de Hong Kong), a amazona Luiza Almeida fez sua estréia como a atleta mais jovem na história olímpica a competir no hipismo e, embora tenha confessado que não foi a melhor prova feita por Samba, o Brasil deve se orgulhar de seu desempenho, com a média de 60,833%.
Na verdade, o segundo e o terceiro conjuntos a entrarem na magnífica arena de Sha Tin eram Lusitanos, sendo o primeiro, Galopin de la Font, montado pelo português Daniel Pinto. Em 2007, esse conjunto causou grande surpresa ao vencer a final de consolação da Copa do Mundo de Adestramento, em Las Vegas, mas, naquela ocasião, faltou um pouco de energia nas seqüências de passagem e piaffe. Da mesma forma, a pirueta foi um pouco pesada e a linha final de passos reunidos transpareceu cansaço. No entanto, a reprise foi realizada corretamente, sem erros, em um total de 63,083%.
No mundo do Adestramento internacional, é difícil compreender como Luiza chegou onde chegou em poucos anos, mas quando ela entrou na arena, um silêncio tomou conta dos espectadores, sendo ela o centro das atenções de todos. Na verdade, Luiza se mostrou muito calma, iniciando sua apresentação com uma ótima série de movimentos reunidos, durante a primeira seqüência de passagem e piaffe. Houve uma leve hesitação seguida ao segundo piaffe, mas o conjunto executou um bom galope extendido e, apesar de boas transições na diagonal com mudanças a dois tempos, aconteceram alguns erros que lhes custaram pontos. Felizmente, as mudanças a um tempo foram sem erros e o conjunto terminou a prova extremamente bem, apresentando uma cadência regular e boa suspensão durante o final da passagem e piaffe.
“Estou muito, muito feliz. Eu somente entrei na pista e sabia o que eu tinha que fazer para dar o meu melhor e mostrar que a idade das pessoas realmente não interessa, e o mais importante é o trabalho que eu fiz. Esta não é a melhor prova que já fizemos. Sei que o meu cavalo pode fazer muito melhor, mas como primeira vez (olímpica), acho que foi realmente bom. É ótimo estar aqui, por isso estou muito satisfeita.”
Comentando sobre sua experiência em Hong Kong, Luiza disse: “Eu tenho aprendido que realmente preciso manter a calma, como sempre, em todas as competições e eu realmente tenho que confiar em meu cavalo. Neste ponto, estou feliz porque normalmente ele está muito nervoso, mas, na realidade, ele esteve calmo e, então eu só precisei ficar focada, tentar fazer o meu melhor e seguir em frente.”
Em relação ao ambiente na arena, Luiza admitiu: “Foi incrível, realmente incrível. Samba foi bem. Eu pensei que ele fosse ficar mais nervoso com o público, e é claro que ele poderia fazer melhor, mas como eu disse, sou muito feliz por estar aqui, e ele é muito jovem, tem apenas nove 9 de idade.”
Leandro Aparecido e Oceano do Top tiveram um bom desempenho e ficaram com 60,125%.

Jean Llewelliyn - Hong Kong

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Indignação nas Olimpíadas

Hoje, 11/8, na Inspeção Veterinária realizada no Centro Hípico de Shatin, em Hong Kong, sede da disputas hípicas nas Olimpíadas 2008, o cavalo Nilo V.O.,montaria de Rogério Clementino da Silva, foi cortado da equipe brasileira de Adestramento nas Olimpíadas de Pequim “por irregularidades na mão esquerda”, segundo a comissão veterinária.
Ainda consternado com o veto, Victor Oliva, proprietário e criador de Nilo VO, fez um comunicado emocionado em que agradeceu a todos que tiveram participação da qualificação do conjunto e já antecipando o projeto rumo à Olimpíada 2012.
“Isto nos deixou profundamente tristes. Foram três anos de um trabalho extremamente bem-feito e por este trabalho gostaria de agradecer a todos os professores, técnicos, imprensa e dirigentes da ABSPL – Associação Brasileira de Criadores do Puro Sangue Lusitano, CBH – Confederação Brasileira de Hipismo e FPH – Federação Paulista de Hipismo”, declarou Oliva.
“Meu agradecimento especial ao Neimar Roncati, nosso excelente veterinário, ao Johan Zagers, nosso excepcional técnico, e a toda a equipe da Coudelaria Ilha Verde. Agora, vamos torcer pela Luiza Tavares de Almeida e pelo Leandro Aparecido da Silva que certamente com seus cavalos Lusitanos farão um ótimo trabalho”, acrescentou o proprietário de Nilo V.O. e patrocinador do cavaleiro Rogério.
“Rogério e Nilo V.O. foram os grandes protagonistas deste sonho olímpico com seu talento e dedicação. Este foi apenas o começo de um grande projeto. Amanhã, depois que nos revigorarmos desta tristeza, vamos começar o projeto Londres 2012.”
Já ontem, 10/08, Nilo VO havia feito a primeira inspeção, mas a comissão veterinária das Olimpíadas e o júri de campo pediram que voltasse para 2ª inspeção. Os juízes alegaram que o animal apresentou um trote irregular. Estes procedimentos são rigorosos porque têm o objetivo de resguardar a sanidade e o bem-estar dos animais. A decisão é irreversível em função das regras da modalidade.
O chefe da equipe brasileira de adestramento Cel. Salim Nigri e o veterinário das equipes brasileiras de hipismo Thomas Wolff não concordaram com a decisão. “Foi um baque muito grande, terrível. O Rogério é uma pessoa querida e está todo mundo muito triste. O cavalo realmente não havia se apresentado bem ontem, 10/8, na inspeção e ele seria reavaliado hoje. Nesta 2ª inspeção, ele se apresentou muito melhor e tinha condições de competir”, lamentou Nigri.
Segundo Wolff, “a decisão surpreendeu não só aos brasileiros, mas também a outras delegações. Ninguém esperava que o Nilo fosse reprovado. Infelizmente a decisão deles é definitiva”, completou Wolff.
O país competiria pela primeira vez por equipes em Olimpíadas no Adestramento e esta também seria a primeira participação de um cavaleiro negro nas modalidades hípicas na história dos Jogos.
Com a baixa de Rogério Clementino/Nilo V.O, o Brasil irá igualar a sua participação nas edições de Munique 1972 e Sydney 2000, quando competiu individualmente. O direito inédito de ir aos Jogos Olímpicos na prova por equipes foi assegurada com a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro 2007. Rogério Clementino fez parte do time que subiu no terceiro lugar mais alto do pódio no Pan, ao lado de Luiza Almeida e Renata Rabello. Agora o Brasil competirá no individual com demais integrantes da equipe brasileira: Luiza Tavares de Almeida com Samba e Leandro Aparecido Silva montando Oceano do Top. A estréia será nesta quarta-feira (13/08) às 8:15h (horário de Brasília e às 19:15 – horário de Hong Kong).

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Guega Protesta

Serguei Fofanof, o Guega, decidiu levar a público a sua indignação pela forma como foi cortado da equipe brasileira de CCE.Guega criticou a comissão técnica brasileira e atribuiu sua exclusão ao descumprimento de regras por parte da CBH, o que acabou favorecendo o atleta e Ten. Cel. Ex. Jeferson Sgnaolin e o seu cavalo Escudeiro do Rincão. "Criaram regras e eles mesmos não cumpriram! Criaram uma seletiva na França sem os requisitos elementares de uma competição, sem controle antidoping, foi uma prova nacional combinada, e não um Concurso Completo Internacional. Uma prova não oficial e sem regulamentação da CBH e FEI., pois nem consta no passaporte do animal, como é determinado. Além disso, usaram o critério objetivo para definir o quinto cavaleiro." De acordo com ele, a prova na França foi amadora. "Durante a minha reprise de adestramento o sistema de irrigação da pista foi ligado e minha prova foi interrompida até que desligassem os jatos que assustaram o cavalo. O Adestramento é regido pela concentração, e isto não aconteceu."Primeiro colocado nas três eliminatórias no Brasil, Guega foi excluído pelo critério objetivo, seu cavalo refugou diante de um obstáculo. "A minha convocação poderia ter sido pelo critério subjetivo, mas no meu lugar vai o 9º colocado do ranking", atribuindo o fato ao favorecimento do chefe da equipe, Cel.Ex. Cyro Rivaldo, ao colega Ten.Cel.Ex. Sgnaolin. ( continua...)

Continuação

"Curiosamente estão fora da equipe o primeiro, o segundo e o quinto melhores do ranking. Fomos contra essa disputa na França pois ela não atendia às normas, mas fomos obrigados a assinar um documento concordando. Meu cavalo refugou nesta seletiva, mas se fosse assim, o convocado nem deveria participar dela, pois refugou em todas as seletivas aquí no Brasil. Se houve favorecimento? Acho que nem devo responder, está claro diante de tanta coisa errada!"
"Nem em currículo, nem em resultados o Cel. deveria ficar com a vaga, pois nunca foi superior a mim e nem ao Jesper Martendal, que também foi cortado."
"Na hora de decidir ir para a França, usaram o critério subjetivo, na hora de decidir a equipe olímpica, usaram o critério objetivo para favorecer alguém. Não podiam ter descartado os resultados aquí no Brasil."
Fofanof enviou uma carta ao presidente da CBH mas não houve resposta.

Fonte: Jornal "A Cidade"

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Olimpíadas 2008 e a difícil missão brasileira


Infelizmente temos que ser realistas: as chances de medalha no hipismo são bem remotas.
O hipismo brasileiro vem crescendo muito nos últimos anos, os negócios em torno do esporte também, e o que é melhor, as pessoas têm se mostrado mais interessadas. Os grandes criadores estão investindo bastante em pesquisas, manejo correto, treinamento dos animais e o mais importante: nos cavaleiros.
Além da criação se profissionalizar cada vez mais, os ginetes também têm procurado se aprimorar. Embora a maioria ainda "engatinhe" na equitação, temos vistos muitas pessoas se preocupando com a equitação aquí no Brasil. Eu, particularmente, criei este blog com a finalidade de contribuir em alguma coisa com este esporte nobre e milenar, mas vejo que há também muita gente que contribui ensinando a equitação moderna e tentando mudar as diretrizes do hipismo por aquí.
Temos muitos cavaleiros(as) que vão pra Europa e retornam nos passando os ensinamentos adquiridos nos Maneges de lá. Há também alguns que guardam os segredos para sí, estes infelizes certamente verão suas carreiras encurtadas.
A profissionalização do hipismo no Brasil ainda é lenta, mas o assunto agora é Olimpíadas, vamos deixar o primeiro para depois.

Nesta Olimpíada teremos grandes cavaleiros, todos que estão na equipe brasileira possuem grande habilidade e experiência internacional, exceto a equipe pioneira do Adestramento, que pra mim já é vitoriosa.
Mas o problema então qual seria?
Eu respondo:
São dois: o conjunto e os adversários.
Os conjuntos brasileiros são muito recentes.
No salto, Rodrigo pessoa entrará com Rufus, um KWPN de boa técnica mas que precisa desenvolver um pouco mais de força e velocidade. Acredito que futuramente possa trazer mais alegrias. Por enquanto, não vejo muitas possibilidades de sucesso em provas fortes.
Acostumado com a sela de Baloubet, um dos melhores cavalos de todos os tempos, e que foi sua principal montaria por uma década e lhe deu seus principais títulos, Rodrigo Pessoa ainda tenta formar conjunto com Rufus.
Doda, na minha opinião o que terá melhor chance nesta Olimpíada, é o brasileiro melhor colocado no ranking da FEI. Sua égua Picolien, KWPN , é excelente e os dois estão melhorando a cada concurso e buscando uma sintonia perfeita.
Bernardo Alves é um bom cavaleiro, mas o animal que levará para Hong Kong, Chupa Chup 2 ainda não é o ideal para grandes provas, seu principal cavalo, o Canturo, vem se recuperando de uma lesão e não obteve bons resultados.
A quarta integrante da equipe é a Camila Mazza, a única e merecida estreante em Olimpíadas. Sua boa participação nas seletivas aquí no Brasil teve seguimento na Europa. Sempre constante, demonstrou confiança e conseguiu sua vaga com o Sela Belga Bonito Z, um excelente cavalo que se recuperou de uma doença neurológica e voltou a saltar em 2007 obtendo ótimos resultados logo de cara. Um animal com boa força, corajoso, técnico e, na minha opinião, o melhor cavalo em atuação no Brasil. Estão ainda na disputa por uma vaga: Pedro Veniss, Luis Felipe Azevedo, Totty e Yuri Mansur.
Os nossos concorrentes estão dois passos na frente. Possuem excelentes cavalos, bem treinados e com conjunto já formado. Sem contar a vasta experiência em provas deste nível.
Para mim, a equipe favorita é a da Alemanha. Formada por Meredith Beerbaum, excelente amazona, de muita técnica e frieza, nº1 do ranking da FEI, com seu cavalo Shutterfly, um Hanoveriano muito forte, experiente e rápido serão candidatos ao ouro no individual; Ludger Beerbaum, que dispensa comentários, montará All Inclusive, um Westfallen rápido, forte, técnico e corajoso, também candidato ao ouro individual e Christian Ahlmann/Cöster, Marco Kutsher/Cornet Obolensky são conjuntos magníficos.
A Inglaterra com John e Michael Whitaker, Tim Stockdalle e Ben Maher também são favoritos por equipes e darão trabalho no individual.
Os EUA com Beezie Maddem/Authentic, rápidos e técnicos, favoritos ao ouro; Laura Kraut/Cedric; McLain Ward/Saphire; Will Sinpson/El Campions serão favoritos ao ouro individual e por equipes.
Continua...



A Holanda, que ainda não está formada, mas possui nada menos que Albert Zoer, que se machucou mas pode se recuperar, Angelique Hoorn e Gerco Schröder, que são favoritos no individual e por equipes.
Ainda temos Steve Guerdat - Suíça; Dennys Linch - Irlanda e outros.

No Adestramento o favoritismo é total da Alemanha. Seus cavalos são superiores, suas reprises são perfeitas, técnicas e friezas acima do normal...enfim, é ouro na certa! ( será que vou acertar! rsrsrs). Quem poderá e irá incomodar será a Holanda, seguida pela Dinamarca e Suécia.
A excelente alemã Isabell Werth e seu cavalo Sathmo é favorita ao ouro no individual juntamente com fortes concorrentes e igualmente espetaculares, como Heike Kemmer, Adelinde Cornelisem e Anky van Grusven, as duas últimas da Holanda e Andreas Helgstrand da Dinamarca, entre outros.
Os brasileiros Luiza Almeida e Rogerio Clementino são novatos ainda e Leandro Aparecido, o mais experiente, conseguiu sua vaga no último minuto do segundo tempo.
Seus cavalos são todos Lusitanos nascidos e criados em território nacional, com excessão de Samba da Luiza, que é português. São cavalos esforçados e talentosos que ainda vão melhorar com o treinamento.
Já estamos fazendo história! Rogerio é o primeiro negro nesta modalidade em Olimpíadas e Luiza a mais jovem de todos os tempos. Sem contar a participação inédita dos nossos cavalos Lusitanos, inclusive a de Relâmpago do Retiro que integrará a equipe da Australia.
Rogerio é um vitorioso. Brilhante cavaleiro, disciplinado, esforçado e talentoso tem muito a render ainda.
Luiza, com apenas 16 anos é uma jóia a ser lapidada. Com certeza, em breve, estará entre os top do Mundo. Já está entre os melhores, pois participará de uma Olimpíada. Mas seu talento é gigante diante do pouco tempo que pratica adestramento.
Leandro é muito talentoso, dedicado e humilde. O mais experiente da equipe ainda está formando conjunto com o excelente garanhão Oceano do Top.

E por fim o CCE.
O nosso querido Guega, Seguei Fofanoff, será apenas reserva desta vez. Cavaleiro que já participou de outras Olimpíadas e de Panamericanos não conseguiu bons resultados na Europa.
A equipe formada por André Paro, Fabrício Salgado, Jeferson Sgnaolin, Marcelo Tosi e Saulo Tristão está numa crescente, mas as chances de medalha são poucas.

Mas o grande diferencial nesta Olimpíada será o preparo físico dos cavalos. Com o clima muito quente e a umidade extremamente alta, os animais perderão rendimento e aqueles que estiverem melhor preparados para este clima é que sairão vitoriosos.
Agora só nos resta torcer!
Mas não devemos nos esquecer de que o Brasil já faz parte do seleto grupo de sete países que terão representantes nas três modalidades. Essa é a prova de que o hipismo está crescendo e está no caminho certo!

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Coisas De Minas Gerais




Viajando pelo interior de Minas, o sujeito sente seu carro falhar e, sem alternativas, pára no acostamento. Ele não entende nada de mecânica, mas como não há nada para se fazer, ele abre o capô, mexe de lá, mexe de cá e não chega a nenhuma conclusão, até que ele ouve uma voz misteriosa:

- Foi o cabo da vela que se soltou!

Ele olha para todos os lados, mas não vê ninguém e a voz insiste:


- Veja o cabo da vela. Deve estar solto!


Novamente ele não vê ninguém, além de um cavalo que estava junto à cerca. Então ele examina o cabo da vela e confirma: alí estava o defeito!
Aliviado, ele liga o carro e segue o seu caminho.


Logo adiante pára em um boteco na beira da estrada para tomar um café e resolve contar o acontecido. Um dos presentes pergunta:


- De que cor era o cavalo?


- Preto! - responde ele.


- Uai sô... cê deu sorte... - emenda outro caipira


- Purque o cavalo branco num intendi nada di mecânica!



quinta-feira, 29 de maio de 2008

Aprenda primeiro; salte depois


“Sabe quantos talentos agente perde por falta de atenção ?” Li esta frase em uma camiseta, certamente esta mensagem deveria levar o leitor pensar em algo muito diferente do que pensei, mas alguém já se deu conta da quantidade de cavalos e cavaleiros que nosso esporte perde simplesmente por falta de atenção, ou melhor, por falta de conhecimento?
Infelizmente, praticar hipismo não é simplesmente sentar-se sob o dorso de um cavalo e colocá-lo frente ao obstáculo para que salte. Há um conjunto de conhecimentos básicos imprescindíveis , sem os quais o cavaleiro não poderá sequer iniciar a prática de hipismo, se não souber, ele certamente estará praticando um outro esporte, não hipismo. Estes conhecimentos têm sido negligenciados pela grande maioria dos instrutores que se dedicam à formação de jovens cavaleiros, na maioria das vezes por não saberem, por nunca terem sido adequadamente treinados para esta função, outras, sucumbem a pressão dos pais dos cavaleiros e atropelam o processo de aprendizado, muitos pais querem ver seus filhos competindo e ganhando, mas não permitem que instrutor realize o processo no tempo certo.
Num esporte onde a comunicação entre a “equipe” não é verbal, cada detalhe faz muita diferença. O cavalo aprende a “ouvir” nossos movimentos, interpretá-los e acatá-los. Portanto, temos que saber o que e porque estamos fazendo e o como queremos que o cavalo execute.
Sentar-se na sela com equilíbrio, atrapalhar o menos possível a naturalidade de movimentos do animal, entender o mecanismo do salto do cavalo e até seu campo de visão, são alguns dos aprendizados básicos que o praticante de salto deve saber.
É absolutamente flagrante a diferença entre um cavaleiro que sabe e entende os porquês do que faz sob um cavalo e aquele que simplesmente foi jogado sob a sela e mira os obstáculos sem a mínima noção do esporte. Este segundo grupo, a princípio se diverte mais e tem mais resultados porém o risco de sofrer um acidente é muito maior e, muito rapidamente tudo muda, sente-se perdido, sem entender porque num dia seu cavalo saltava e ganhava e no outro simplesmente se recusa.
O pior, é que quando chega neste ponto, toda a ira e frustração são descarregadas no pobre cavalo, que não pode se defender. Mas logo aparece um dos gênios de plantão que vai certamente dar a solução para o problema : “Este cavalo não presta, você tem que comprar um melhor”. E lá vai o incauto atrás de um cavalo caro que pensa irá resolver seu problema. Como se fosse um carro, o cidadão acha que comprando o melhor estará se habilitando ao sucesso, a vitória. Mas, após algum tempo o bom e caro animal também vai começar a ter problemas com seu cavaleiro, não vai entender as ordens desconcertadas e voltará o sentimento de frustração, de fracasso.
Pois bem, neste ponto alguns desistem, outros seguem gastando cada vez mais dinheiro trocando freqüentemente de cavalo. Veja quantos talentos perdemos nesta trajetória, ex-cavaleiros decepcionados e frustrados e cavalos traumatizados irrecuperáveis.
É preciso criar a consciência de que aprender, com método, com pessoas capazes, minimizando riscos de acidentes é a única maneira de se chegar ao hipismo, nas outras situações o que se aprende é outro esporte, bem longe da equitação.


Texto de Ivan Camargo

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Reprodução - Para Quê e Porquê?







A qualidade é um valor comercial. Para verificar este facto basta-nos observar todos os anúncios a automóveis, computadores e champôs. Isto verifica-se também no mundo do cavalo, factor que podemos constatar assistindo a um leilão de cavalos por essa Europa fora e observando os que atingem preços mais altos - constata-se facilmente que são os de alta qualidade.
Ultimamente os criadores procuram garanhões muito cotados em publicações da especialidade, chegando mesmo a navegar na Internet e a ver vídeos de diversos padreadores de qualidade para fazerem a escolha mais apropriada e rentável.
No entanto, entanto, e antes de penetrarmos neste processo, interroguemo-nos se valerá realmente a pena pôr a nossa égua a criar?
Esta pergunta pode acabar por evidenciar revelações chocantes a muitos proprietários, mas é conveniente que as pessoas em cause estejam devidamente elucidadas.
Não foi há muito tempo, que o excesso de produção de cavalos de qualidade inferior, fizeram com que os preços caíssem em espiral – isto sucedeu nos anos 80 e 90. Por vezes verificamos que a produção pode exceder a procura, muito particularmente quando a falta de qualidade contribui para o aumento de produção.
Não é nada provável que éguas de fraca qualidade produzam poldros de qualidade ou que possam vir a dar qualquer lucro. Existem muitas razões aceitáveis para produzir um poldro, mas nenhuma razão válida para produzir um poldro de má qualidade. Os proprietários que aspiram a ser criadores devem avaliar criticamente as suas éguas no que diz respeito a pedigree e reprodução: se obteve bons resultados nos campos de provas, se a sua conformação é boa, se o temperamento é adequado e se tem um pedigree aceitável, então tem probabilidades de obter um bom produto. Se a resposta às perguntas feitas for negativa não é provável que consiga um bom poldro.
As éguas com 16 anos ou mais têm uma menor capacidade reprodutiva assim como as éguas utilizadas intensivamente em desporto. Pode não ser rentável por éguas mais velhas a criar, muito particularmente se não produzirem poldros nos dois anos anteriores.
A genética tende sempre para a qualidade média, razão pela qual não deve aspirar a ser criador se a sua égua não apresentar qualidades superiores.
Está provado que a habilidade, a capacidade atlética, a velocidade e os andamentos são hereditários, acreditando-se que a égua contribui mais de 50% na formação do poldro. É devido a isso que um cavalo só é intitulado de meio irmão se descender da mesma égua - não se diz que um cavalo é meio irmão de outro por ser filho do mesmo garanhão.
A mãe tem a maior influência possível sobre o poldro. É ela que o cria. O poldro nunca chega a encontrar-se com o pai, e por esse motivo o poldro adquirirá os hábitos da mãe, na hora da ração, na forma de se relacionar com os outros no campo ou seja, ser mandão ou mauzinho, passivo ou dominante, ou então introvertido e medrosos. Também adoptará a atitude da mãe no que se refere a maneio.
Por todos estes motivos, se começar com uma égua do seu agrado e a levar a ser coberta por um garanhão também do seu agrado, é provável que obtenha como resultado um poldro especial. Se for proprietário de uma égua puro sangue, de boa linhagem de obstáculos ou que tenha provado ser um bom animal de fundo, que tenha sido utilizada em corridas enquanto jovem e que depois se tornou num bom animal de CSO, e a levar a um bom garanhão, vai concerteza obter um poldro que poderá vir a prestar boas provas em CSO ou CCE. Também pode demonstrar aptidão para dressage.
Os padreadores podem passar à sua descendência, tamanho, conformação, alguma habilidade atlética, velocidade etc. mas nem sempre. Se a sua égua tiver uma conformação óssea delicada, o facto de a levar a um garanhão com muito osso não querer dizer que vai obter um produto intermédio.
Provavelmente obterá um determinado número de poldros pequenos antes de conseguir um que pareça ter o tamanho certo.
Não crie de uma égua que tinha dificuldade em executar esta ou aquela função, que se mostrava demasiado quente, cujos andamentos não eram famosos, ou que apresentou lesões demasiado cedo.
É óbvio que todos os cavalos têm este ou aquele problema perfeitamente perdoável. Tudo é perdoável se o cavalo for um "crack" nos outros aspectos.
Se for proprietário de uma égua excelente mas um pouco pequena, factor que o obrigava a esforçar-se muito para saltar a determinado nível que deu sempre o seu melhor, pode tentar melhorar os seus produtos comum garanhão um pouco maior, que tenha um bom recorde de endurance e velocidade provado consistentemente ao longo dos anos. Assegure-se de que o padreador que escolher tem qualidades que faltam à sua égua mas, esteja preparado para aceitar um poldro que não seja o seu ideal.
É imperdoável numa égua a birra de apoio (engolir ar) uma vez que ela passa o vício a outros. O seu próprio poldro pode não adquirir o vício mas qualquer um da manada o pode adquirir.
O simples facto de você ter uma égua e de esta se poder reproduzir não implica que o deva fazer.

Fonte: Equisport

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Rodrigo Pessoa sacrifica Copa do Mundo por Olimpíada


Três vezes campeão da Copa do Mundo de hipismo, o brasileiro Rodrigo Pessoa abriu mão de participar de mais uma final do evento pelos Jogos Olímpicos de Pequim. Pré-selecionado para a etapa final da seletiva olímpica, ele vai priorizar a briga pela vaga em detrimento da luta pelo tetra.
A final da Copa será disputada neste final de semana, em Gotemburgo, Suécia. "Rodrigo se classificou para a final da Copa do Mundo, mas optou por não participar para se concentrar na Olimpíada", explicou o pai do ginete e membro da comissão técnica da Seleção Brasileira de salto, Nelson Pessoa.
Tendo o sela holandesa Rufus como montaria principal, Rodrigo utilizará o Global Champions Tour, cuja etapa de encerramento será o Athina Onassis International Horse Show, em São Paulo, como principal circuito preparatório. Além do atual campeão olímpico, os cavaleiros Bernardo Alves e Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, farão o mesmo. Montando, respectivamente, Chupa Chup 2 e AD Pecolien Zeldenrust.
Até a definição do grupo olímpico, em julho, haverá quatro etapas do evento. A próxima em Hamburgo, na Alemanha, de 1º a 4 de maio, depois em Cannes, na França (12 a 15 de junho), Monte Carlo, em Mônaco (26 a 28 de junho) e Estoril, em Portugal (10 a 12 de julho). Duas etapas depois, Holanda e Arezzo, a competição termina no Brasil, em outubro.
Rodrigo não participou do evento de abertura do calendário, em Doha, há uma semana, porque optou por disputar o circuito de Palm Beach, nos Estados Unidos.
"Após o Pan, Rufus estava muito cansado. Ele competiu cansado em São Paulo (no Athina 2007) e precisava descansar. Ele começou este ano em Palm Beach porque era um evento que se prestava bem ao desenvolvimento do cavalo com participantes de alto nível", destacou Nelson Pessoa.
O Brasil disputará os Jogos de Pequim com cinco cavaleiros na equipe ¿ quatro titulares e um reseva. O anúncio do quinteto olímpico será feito em julho.
Atualmente, os cinco conjuntos que conquistaram a vaga olímpica com a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos, entre eles Rodrigo e Bernardo, estão pré-selecionados. Camila Mazza de Benedicto e Bartholomeu de Barros Miranda Neto, classificados pelas seletivas brasileiras, também estão. Assim como os medalhistas olímpicos Doda e Luiz Felipe Azevedo (dois bronzes), observados nos eventos europeus.
Ao contrário dos conjuntos que têm base na Europa, a dupla "brasileira" Camila e Miranda Neto não poderá mostrar serviço nos principais eventos da programação. Isto porque os Concursos Internacionais têm número limitado de participantes e priorizam os melhores classificados no ranking internacional.
Rodrigo (67º), Bernardo (35º) e Doda (38º) são os únicos brasileiros entre os 100 melhores do ranking internacional. A lista considera os 50 melhores resultados obtidos pelos cavaleiros desde o início do ano.

Gazeta Press

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Cavalo flexionado

Esta matéria é um complemento da matéria anterior ( Triste Realidade ) que mostra muito brevemente como se deve trabalhar a coluna de um cavalo.
Primeiramente, qual o motivo de se trabalhar a coluna de um cavalo, o chamado engajamento?
O motivo é o de alongar a sua coluna lhe dando flexibilidade para que seu corpo funcione com uniformidade.
E qual o efeito que isso traz?
É o seguinte: o "motor" do cavalo é o seu posterior ( traseiro ) e sua força é transmitida aos anteriores e ante-mão ( mãos, peito e espáduas ) através da coluna, se o cavalo estiver flexionado, ou seja, com sua coluna alongada, toda a força gerada pelo posterior chegará uniforme bastando ao cavaleiro distribuir e direcionar a impulsão.
A posição correta do cavalo se dá quando toda a coluna do cavalo se encontra num grau uniforme e o seu pescoço com uma encurvatura linear sem que ele esteja "encapotado", ou seja, se defendendo de uma embocadura ou mão pesada demais.
O animal com mais flexibilidade é capaz de fazer qualquer exercício exigido pelo cavaleiro, pois toda a energia gerada por ele poderá ser aproveitada tradizindo em mais impulsão para um salto, mais vigor para uma reprise e também mais força para uma arrancada veloz.
Para que isso ocorra realmente, não podemos esquecer que as mãos do cavaleiro devem manter um contato suave com a boca do cavalo, somente direcionando-o, suas pernas devem fazer um contato constante com o flanco através das panturrilhas, e o assento deve ser leve, acompanhando os movimentos do cavalo.
Essa é a vantagem de ter um cavalo flexionado.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

CEL. RENYLDO FERREIRA

Peço licença ao Cel. Renyldo e ao Clube Hípico de Santo Amaro para transpor nestas páginas uma emocionante entrevista concedida pelo maior ícone do Hipismo brasileiro, agora articulista da coluna "Ainda me lembro bem..." da CHSA, e que, apesar de tantos ensinamentos passados ao longo desses anos, tem muito a nos ensinar.



“Cavaleiro emérito, administrador dos mais capazes, professor, instrutor e conselheiro cuja proficiência pode ser medida pela legião de amazonas e cavaleiros que projetou no cenário hípico nacional e internacional. Satisfação para os mais antigos com tanto a recordar, alegria para os que ainda são parte dela, exemplo marcante para as novas gerações, responsáveis pela continuação de tanta beleza, o hipismo brasileiro encontrou no coronel Renyldo Ferreira o resgate definitivo de sua brilhante história.
Nélson Pessoa Filho”
Com estas palavras, votadas como prefácio ao livro “A História do Hipismo Brasileiro”, o gênio “Neco”, a se referir a Renyldo Ferreira, tenta sintetizar algo, que por sua essência, é de uma abrangência nada sintética, seja pelo vasto talento esportivo de cavaleiro, seja pela força pétrea de propósitos em tudo na vida, seja pela fé inquebrantável nas próprias decisões e julgamentos, fruto de anos de auto-disciplina, seja pelo invulgar amor ao esporte eqüestre ou – e em especial – seja pelas muitas e muitas décadas dedicadas à compreensão íntima, científica e sensitiva deste nosso misterioso ponto de união, o Cavalo.
***
Falar de Renyldo Pedro Guimarães Ferreira – o nosso “Coronel” – é falar, de fato, da História do Hipismo do Brasil.
Coronel do Exército, iniciou a carreira militar em 1943, como Aspirante a Oficial de Cavalaria. Em 1946 fez o curso de Instrutor de Equitação e em ascensão fulminante, ao cabo de dois anos, integrava, nas Pistas de Londres, em um longínquo 1948, a primeira Equipe de Hipismo Nacional Brasileira a disputar uma olimpíada; esta façanha seria repetida, após quatro anos, nas Olimpíadas de Helsinque, quando o Brasil obteve um promissor quarto lugar na modalidade de Salto; seguir-se-iam, ainda, Estocolmo-1956 e Roma-1960. Quatro Jogos Olímpicos em seu currículo assim, afora, ainda, uma infinidade de competições internacionais de primeiríssimo nível, participando, também, de quatro Jogos Pan-Americanos: Buenos Aires-1951, Chicago-1959 (medalha de prata por equipes), São Paulo-1963 e Winnipeg-1967, ocasião em que se deu o “Batismo do Ouro” para uma equipe de Salto brasileira. Ganhador da medalha de ouro da FEI, ainda venceu para o Brasil, em 1956, a inédita medalha de ouro da Copa das Nações, por equipes, no Templo do Hipismo, Aachen.
Recordista brasileiro de pontos obtidos em provas oficiais, diz a lenda que, se juntados todos os troféus e medalhas adquiridos em pistas nacionais e estrangeiras, devidamente fundidos, seria possível se usar o metal resultante para se construir a estrutura de um prédio de quatro andares – com dois subsolos.
Estes galardões, honrarias, vitórias, títulos de virtuosismo esportivo, contudo, não dão a devida proporção de Renyldo Ferreira; tampouco se lembrar que tem sido um dos mais participativos administradores da história de nosso esporte, controlando por dezesseis anos os caminhos da Federação Paulista de Hipismo, nos momentos em que não estava sentado por três mandatos na cadeira de Presidente do Clube Hípico de Santo Amaro.
Inexprimível se dimensionar a veneração que todos seus alunos – alguns destes já se assomando a condição de mitos do Hipismo eles próprios – sentem pelo mestre, que indistintamente os deixava com o sangue gelado, respiração suspensa, durante aqueles instantes em que se calava, mirando-os fundo nos olhos, antes de uma aprovação ou de uma reprimenda.
Mais que cavaleiros, Renyldo Ferreira tem formado Homens Vencedores através de sua didática simples, objetiva e verdadeira, sempre comparando a Equitação com a Vida: “O salto tem de ser sempre tomado em crescendo; aumentando-se progressivamente a andadura, é “namorar/noivar/casar”. Um lance mais curto, outro médio e o último, antes da batida, mais largo”, ou, então, “não se pode queimar etapas, cada passo tem de ser dado a seu tempo; é imperativo partir do fácil para o difícil.”
Não satisfeito em ter escrito pelas pistas do mundo algumas das mais belas páginas esportivas do Hipismo, tampouco satisfeito em ter construído com suas próprias mãos ginetes maravilhosos, Renyldo Ferreira leva, bem alto, a bandeira de entregar às gerações mais novas a tradição de nosso esporte, tanto assim, que agora se transformou no maior escritor do gênero, tendo iniciado sua obra literária com a edição de a “História do Hipismo Brasileiro”, já reeditada. Mais há por vir.
Homem de várias, marcantes e, por vezes, diferentes características: Altivo e simples ao mesmo tempo; franco e dotado de refinado senso político; de temperamento mercurial, contudo, trazido sob a batuta de aço de um raro autocontrole; se aquinhoado de invulgar talento inato pela Sorte, sim, foi com suor que o agigantou, na lida diária, árdua, paciente, na dor de ossos quebrados e olhos gastos de estudos intermináveis. Idolatrado e temido, Renyldo Ferreira é, sobretudo, um homem sensível, amante da Ecologia, do tipo-“família”, que isto cada vez menos esconde nos últimos tempos, sempre cercado de “gente miúda”, avô em constantes desvelos e cuidados pelos netos.
Esta condição humana, de homem que de tudo já viu e provou um pouco, pois vem de longe, nesta estrada da vida, Renyldo Ferreira deixa escapar, de forma singular, na introdução de sua obra “História do Hipismo Brasileiro”, acima citada:
“Ao longo e par de tudo o que fiz e passei na vida, se sucesso alcancei, devo a uma sólida retaguarda: minha família. À frente dela - lembrando a bela Canção da Cavalaria - minha “estrela guia”, força maior” que em negros horizontes” me guiou” na luta e na vitória” : Dulcinha, minha mulher. A ela, meus filhos Mauro, Marcello e Márcio, netos e a todos aqueles que acreditaram que pudesse fazê-lo, ofereço este livro”.
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Os olhos deste carioca da gema, nascido no Bairro Imperial de São Christóvão, torcedor do Botafogo de Garrincha, - porém tão essencialmente “bandeirante” e são-paulino de coração -, nascido no dia de São Pedro do ano de 1923, enchem-se de doçura e de ardor, ao relembrar sua primeira montada, enquanto vai dando curso ao diálogo com suas lembranças, sempre sob o seu mais estrito controle, como a medir as voltas, os obstáculos e os lanços de um percurso imaginário:
“ - ...Bem, eu tinha uns sete anos e morava no Regimento de Cavalaria Marechal Caetano de Faria, já que meu pai, Coronel Pedro Delphino Ferreira Junior, comandava aquela unidade da Polícia Militar do, então, Distrito Federal, na cidade do Rio de Janeiro. Comecei a ter aulas com um tenente do Regimento que era instrutor de volteio-militar... esse tenente era pai do futuro General Péricles; eu me dedicava muito aos ensinamentos recebidos, assim, em pouco tempo eu, menino, era o “testa” do grupo, liderando a equipe de volteio do Regimento”.
Neste instante, o interlocutor pergunta ao “Coronel Renyldo” se ele se lembra do nome do primeiro cavalo que ele já montara. Olhar vagando ao longe, o homem de cabelos brancos cortados rente, de expressão rude e traços esculpidos em pedra, de gestos decididos - hábito de anos e anos de caserna, no comando de homens e cavalos -, repentinamente se abranda, como revivendo naquele exato instante, à sua frente, há 78 anos, aquele primeiro olhos-nos-olhos com sua primeira montada; o “Coronel-Menino” ilumina o rosto num caloroso sorriso, mira seu interlocutor no fundo dos olhos e diz:
“ - Sim...lembro... Seu número era “62”. É, o “62”; tinha uma pelagem negra luzidia...Ah!, estava no fundo da memória...quanto tempo!”.
Ternamente emocionado e um ‘tantico’ contrafeito, pressionado que era pelo interlocutor insistente que cobrava qual o nome, enfim, do “primeiro cavalo” que ele tinha montado na vida, já com os olhos disfarçadamente marejados, como se estivesse cometendo a indiscrição de confessar a terceiros o nome da jovem que recebera seu primeiro beijo de amor, Renyldo Ferreira se dá por vencido e revela, sorrindo:
“- ‘Coração’... o nome do primeiro cavalo que montei... era ‘Coração’ ”.
Mistérios e transcendências à parte de tal nome, este “Coração” despertou uma das maiores paixões já vistas no relacionamento Homem x Cavalo nesta “História do Hipismo Brasileiro”; quiçá tanto, porém, mais amor ninguém deu ao nosso esporte que o velho “Coronel”.
Receba uma cenoura “Coração”, esteja onde estiver nos campos do bem-querer, como reconhecimento e gratidão de toda uma gente amante deste esporte tão especial que - de forma aqui tão difícil de expressar -, até muito antes de nascer, pisou, também, em teu estribo.
***
Obrigado Prof. Renyldo!