quarta-feira, 30 de julho de 2008

Guega Protesta

Serguei Fofanof, o Guega, decidiu levar a público a sua indignação pela forma como foi cortado da equipe brasileira de CCE.Guega criticou a comissão técnica brasileira e atribuiu sua exclusão ao descumprimento de regras por parte da CBH, o que acabou favorecendo o atleta e Ten. Cel. Ex. Jeferson Sgnaolin e o seu cavalo Escudeiro do Rincão. "Criaram regras e eles mesmos não cumpriram! Criaram uma seletiva na França sem os requisitos elementares de uma competição, sem controle antidoping, foi uma prova nacional combinada, e não um Concurso Completo Internacional. Uma prova não oficial e sem regulamentação da CBH e FEI., pois nem consta no passaporte do animal, como é determinado. Além disso, usaram o critério objetivo para definir o quinto cavaleiro." De acordo com ele, a prova na França foi amadora. "Durante a minha reprise de adestramento o sistema de irrigação da pista foi ligado e minha prova foi interrompida até que desligassem os jatos que assustaram o cavalo. O Adestramento é regido pela concentração, e isto não aconteceu."Primeiro colocado nas três eliminatórias no Brasil, Guega foi excluído pelo critério objetivo, seu cavalo refugou diante de um obstáculo. "A minha convocação poderia ter sido pelo critério subjetivo, mas no meu lugar vai o 9º colocado do ranking", atribuindo o fato ao favorecimento do chefe da equipe, Cel.Ex. Cyro Rivaldo, ao colega Ten.Cel.Ex. Sgnaolin. ( continua...)

Continuação

"Curiosamente estão fora da equipe o primeiro, o segundo e o quinto melhores do ranking. Fomos contra essa disputa na França pois ela não atendia às normas, mas fomos obrigados a assinar um documento concordando. Meu cavalo refugou nesta seletiva, mas se fosse assim, o convocado nem deveria participar dela, pois refugou em todas as seletivas aquí no Brasil. Se houve favorecimento? Acho que nem devo responder, está claro diante de tanta coisa errada!"
"Nem em currículo, nem em resultados o Cel. deveria ficar com a vaga, pois nunca foi superior a mim e nem ao Jesper Martendal, que também foi cortado."
"Na hora de decidir ir para a França, usaram o critério subjetivo, na hora de decidir a equipe olímpica, usaram o critério objetivo para favorecer alguém. Não podiam ter descartado os resultados aquí no Brasil."
Fofanof enviou uma carta ao presidente da CBH mas não houve resposta.

Fonte: Jornal "A Cidade"

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Olimpíadas 2008 e a difícil missão brasileira


Infelizmente temos que ser realistas: as chances de medalha no hipismo são bem remotas.
O hipismo brasileiro vem crescendo muito nos últimos anos, os negócios em torno do esporte também, e o que é melhor, as pessoas têm se mostrado mais interessadas. Os grandes criadores estão investindo bastante em pesquisas, manejo correto, treinamento dos animais e o mais importante: nos cavaleiros.
Além da criação se profissionalizar cada vez mais, os ginetes também têm procurado se aprimorar. Embora a maioria ainda "engatinhe" na equitação, temos vistos muitas pessoas se preocupando com a equitação aquí no Brasil. Eu, particularmente, criei este blog com a finalidade de contribuir em alguma coisa com este esporte nobre e milenar, mas vejo que há também muita gente que contribui ensinando a equitação moderna e tentando mudar as diretrizes do hipismo por aquí.
Temos muitos cavaleiros(as) que vão pra Europa e retornam nos passando os ensinamentos adquiridos nos Maneges de lá. Há também alguns que guardam os segredos para sí, estes infelizes certamente verão suas carreiras encurtadas.
A profissionalização do hipismo no Brasil ainda é lenta, mas o assunto agora é Olimpíadas, vamos deixar o primeiro para depois.

Nesta Olimpíada teremos grandes cavaleiros, todos que estão na equipe brasileira possuem grande habilidade e experiência internacional, exceto a equipe pioneira do Adestramento, que pra mim já é vitoriosa.
Mas o problema então qual seria?
Eu respondo:
São dois: o conjunto e os adversários.
Os conjuntos brasileiros são muito recentes.
No salto, Rodrigo pessoa entrará com Rufus, um KWPN de boa técnica mas que precisa desenvolver um pouco mais de força e velocidade. Acredito que futuramente possa trazer mais alegrias. Por enquanto, não vejo muitas possibilidades de sucesso em provas fortes.
Acostumado com a sela de Baloubet, um dos melhores cavalos de todos os tempos, e que foi sua principal montaria por uma década e lhe deu seus principais títulos, Rodrigo Pessoa ainda tenta formar conjunto com Rufus.
Doda, na minha opinião o que terá melhor chance nesta Olimpíada, é o brasileiro melhor colocado no ranking da FEI. Sua égua Picolien, KWPN , é excelente e os dois estão melhorando a cada concurso e buscando uma sintonia perfeita.
Bernardo Alves é um bom cavaleiro, mas o animal que levará para Hong Kong, Chupa Chup 2 ainda não é o ideal para grandes provas, seu principal cavalo, o Canturo, vem se recuperando de uma lesão e não obteve bons resultados.
A quarta integrante da equipe é a Camila Mazza, a única e merecida estreante em Olimpíadas. Sua boa participação nas seletivas aquí no Brasil teve seguimento na Europa. Sempre constante, demonstrou confiança e conseguiu sua vaga com o Sela Belga Bonito Z, um excelente cavalo que se recuperou de uma doença neurológica e voltou a saltar em 2007 obtendo ótimos resultados logo de cara. Um animal com boa força, corajoso, técnico e, na minha opinião, o melhor cavalo em atuação no Brasil. Estão ainda na disputa por uma vaga: Pedro Veniss, Luis Felipe Azevedo, Totty e Yuri Mansur.
Os nossos concorrentes estão dois passos na frente. Possuem excelentes cavalos, bem treinados e com conjunto já formado. Sem contar a vasta experiência em provas deste nível.
Para mim, a equipe favorita é a da Alemanha. Formada por Meredith Beerbaum, excelente amazona, de muita técnica e frieza, nº1 do ranking da FEI, com seu cavalo Shutterfly, um Hanoveriano muito forte, experiente e rápido serão candidatos ao ouro no individual; Ludger Beerbaum, que dispensa comentários, montará All Inclusive, um Westfallen rápido, forte, técnico e corajoso, também candidato ao ouro individual e Christian Ahlmann/Cöster, Marco Kutsher/Cornet Obolensky são conjuntos magníficos.
A Inglaterra com John e Michael Whitaker, Tim Stockdalle e Ben Maher também são favoritos por equipes e darão trabalho no individual.
Os EUA com Beezie Maddem/Authentic, rápidos e técnicos, favoritos ao ouro; Laura Kraut/Cedric; McLain Ward/Saphire; Will Sinpson/El Campions serão favoritos ao ouro individual e por equipes.
Continua...



A Holanda, que ainda não está formada, mas possui nada menos que Albert Zoer, que se machucou mas pode se recuperar, Angelique Hoorn e Gerco Schröder, que são favoritos no individual e por equipes.
Ainda temos Steve Guerdat - Suíça; Dennys Linch - Irlanda e outros.

No Adestramento o favoritismo é total da Alemanha. Seus cavalos são superiores, suas reprises são perfeitas, técnicas e friezas acima do normal...enfim, é ouro na certa! ( será que vou acertar! rsrsrs). Quem poderá e irá incomodar será a Holanda, seguida pela Dinamarca e Suécia.
A excelente alemã Isabell Werth e seu cavalo Sathmo é favorita ao ouro no individual juntamente com fortes concorrentes e igualmente espetaculares, como Heike Kemmer, Adelinde Cornelisem e Anky van Grusven, as duas últimas da Holanda e Andreas Helgstrand da Dinamarca, entre outros.
Os brasileiros Luiza Almeida e Rogerio Clementino são novatos ainda e Leandro Aparecido, o mais experiente, conseguiu sua vaga no último minuto do segundo tempo.
Seus cavalos são todos Lusitanos nascidos e criados em território nacional, com excessão de Samba da Luiza, que é português. São cavalos esforçados e talentosos que ainda vão melhorar com o treinamento.
Já estamos fazendo história! Rogerio é o primeiro negro nesta modalidade em Olimpíadas e Luiza a mais jovem de todos os tempos. Sem contar a participação inédita dos nossos cavalos Lusitanos, inclusive a de Relâmpago do Retiro que integrará a equipe da Australia.
Rogerio é um vitorioso. Brilhante cavaleiro, disciplinado, esforçado e talentoso tem muito a render ainda.
Luiza, com apenas 16 anos é uma jóia a ser lapidada. Com certeza, em breve, estará entre os top do Mundo. Já está entre os melhores, pois participará de uma Olimpíada. Mas seu talento é gigante diante do pouco tempo que pratica adestramento.
Leandro é muito talentoso, dedicado e humilde. O mais experiente da equipe ainda está formando conjunto com o excelente garanhão Oceano do Top.

E por fim o CCE.
O nosso querido Guega, Seguei Fofanoff, será apenas reserva desta vez. Cavaleiro que já participou de outras Olimpíadas e de Panamericanos não conseguiu bons resultados na Europa.
A equipe formada por André Paro, Fabrício Salgado, Jeferson Sgnaolin, Marcelo Tosi e Saulo Tristão está numa crescente, mas as chances de medalha são poucas.

Mas o grande diferencial nesta Olimpíada será o preparo físico dos cavalos. Com o clima muito quente e a umidade extremamente alta, os animais perderão rendimento e aqueles que estiverem melhor preparados para este clima é que sairão vitoriosos.
Agora só nos resta torcer!
Mas não devemos nos esquecer de que o Brasil já faz parte do seleto grupo de sete países que terão representantes nas três modalidades. Essa é a prova de que o hipismo está crescendo e está no caminho certo!