Já faz tempo que observo e comento sobre os caminhos da modalidade de Salto de Obstáculos aquí no Brasil.
Nos últimos dias chegaram para mim dois cavalos, de excelente linhagem para o Salto, com ótima morfologia, musculatura bem evidente e, claro, avaliados em Euro... Mas a questão é:
- Em que estado chegaram?
Bem, aí já é uma longa história de surras e mal treinamento....
Temos visto ultimamente um grande número de adeptos a essa modalidade secular e tradicional. Temos visto também um enorme avanço em nossa criação de cavalos de esporte, a ponto de não diferirmos em quase nada dos Europeus, a não ser num ponto crucial: o TREINAMENTO.
Todos nós, quando iniciamos nesta modalidade, temos os nossos anseios. Uns querem apenas passar um agradável fim de semana com seu animal para se refazer da semana extenuante de trabalho. Outros querem uma adrenalina a mais em suas vidas, querem se superar, vencer desafios e tornarem-se bons atletas amadores. Outros porém, fazem disso seu sustento e vivem intensamente o esporte.
Não há maior prazer neste esporte que montar um cavalo bem trabalhado, com saúde de ferro, que responde prontamente a todos os nossos comandos, etc. Infelizmente não é o que ocorre nos grandes Centros Hípicos deste país.
Alguns cavalos, mesmo que mal montados, conseguem se destacar em concursos e isso prova que este belo animal é quase que naturalmente preparado para isto. Alguns conseguem até mesmo com músculos subdesenvolvidos e cheios de dores, o que demonstra o grande coração que possuem.
Mas, e sempre tem o mas, no primeiro refugo ou desvio o que ocorre??
Chicotadas e mais chicotadas, isso sem falar em outros métodos comumente alardeados.
Ocorre que o coitado do animal não sabe falar, então se expressa como pode e a melhor forma de se expressar é refugar e desviar do obstáculo no intuito de demonstrar ao cavaleiro que algo está errado com ele.
Infelizmente o destemido cavaleiro não pensa dessa forma e nossos cavalos estão cada vez mais arruinados! E nossos cavaleiros amadores e de final de semana?? IIIhhhh... esses estão largados a procura de um cavalo ideal que nunca chega, ou quando chega custa caro porque foi trabalhado por cavaleiros europeus ou por poucos brasileiros que aprenderam a linguagem do cavalo.
Porquê nossos cavalos não duram mais do que dois anos no auge dos concursos?
Se alguem souber de algum animal que recentemente se destacou em provas fortes por dois anos seguidos que me apresente!
Vamos fazer como os europeus e os americanos. Vamos trabalhar mais o plano, com muito adestramento e vamos deixar o salto em segundo plano, pois isto ele faz por natureza!
Vamos entender melhor a linguagem deles, ela é muito clara pra quem gosta do que faz!
Ah! Já ia me esquecendo...
Os dois cavalos estão sendo muito bem recuperados com muito adestramento, relaxamento muscular e dorsal, trabalho na guia e.... muito amor, principalmente no que fazemos.
10 comentários:
Concordo plenamente com você! É justamente sobre isso que falo em um dos meus post do meu blog..
Abraços!!
Concordo plenamente com você! É justamente sobre isso que falo em um dos meus post do meu blog..
Abraço
é a pura realidade...sem adestramento básico fica impossível fazer um percurso sem derrubar o pau ou refugar, além de perder no tempo...
Parabéns pelo blog.
Adorei!
Pois é. Comecei a conhecer, tratar e a trabalhar com cavalos há 5 anos. Já presencie barbaridades que me revoltaram muito mas que infelizmente no momento não podia fazer nada. Hoje com mais maturidade procuro mostrar para as pessoas com a pouca experiência que tenho que amor, paciência e um profisional que pensa assim resolver qualquer problema que possa existir entre cavalo e cavaleiro. Ah!! Me esqueci: seja grato ao seu amigo que faz de tudo para te levar ao sucesso.
Obrigada apenas aos cavaleiros que não usam métodos de tortura e dor nos cavalos.
Nádya Piazzi.
Pois é. Comecei a conhecer, tratar e a trabalhar com cavalos há 5 anos. Já presencie barbaridades que me revoltaram muito mas que infelizmente no momento não podia fazer nada. Hoje com mais maturidade procuro mostrar para as pessoas com a pouca experiência que tenho que amor, paciência e um profisional que pensa assim resolver qualquer problema que possa existir entre cavalo e cavaleiro. Ah!! Me esqueci: seja grato ao seu amigo que faz de tudo para te levar ao sucesso.
Obrigada apenas aos cavaleiros que não usam métodos de tortura e dor nos cavalos.
Nádya Piazzi.
A sociedade protetora dos animais e os médicos veterinários que honram sua profissão deveriam ser muito mais exigentes nos concursos e verificar melhor os métodos detortura que são usados nos cavalos para as competições. o problema é que algumas premiações são altas e a simples dor do cavalo que salta por dor e não por cooperação não é levada em consideração.
Refletir faz bem e se todos que pensam como eu falar mais sobre isso quem sabem essa realidade comece a melhorar.
Obrigada.
Nádya Piazzi
Obrigada Nélio por expor essa realidade!
Abçs
Por essas razões é que eu uso ajudas suaves e imperceptíveis, como manda o Regulamento da Confederação Brasileira de Hipismo e da Federação Equestre Internacional. RITIMO, no sentido de tempo para a frente em andadura alongada e mantendo a cadência nas andaduras reunidas. DESCONTRAÇÃO,da nuca e do dorso, no sentido de aceitação da embocadura, sem resistências de pêso ou de fôrça. APOIO, ligação das mãos do cavaleiro com a embocadura do cavalo sem forçar, ou seja, sem encurtar (ramener).IMPULSÃO, aceitação e resposta imediata às ajudas do cavaleiro, sem resistir. ENDIREITAMENTO, no sentido de manter ancas e espáduas alinhadas sem se colocar no travers como defesa.REUNIÃO (rassembler) trasferência de pêso para o postmão a fim de produzir engajamento para a elevação na zona de salto, com a aplicação sutil das meias-paradas ( a única ajuda dinâmica a qual o cavaleiro pode dar ao cavalo sem economizar).
O sua pagina esta muito interessante. Estao de parabens
Gostaria que visitasse o meu – http://coudelariamanuelfaustino.blogspot.com/
Obrigado
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